Na última segunda-feira, o senador Márcio Bittar (PL-AC) fez um pronunciamento contundente no Plenário do Senado, onde abordou o que considera uma crescente campanha internacional com o intuito de desacreditar a soberania brasileira sobre a Amazônia. Segundo o parlamentar, essa iniciativa é impulsionada pela Rainforest Investigations Network em colaboração com o jornal Folha de S.Paulo, o que, em sua avaliação, prejudica a imagem do Brasil no cenário global.
Durante seu discurso, Bittar expressou preocupação com as recentes reportagens que, segundo ele, colocam a responsabilidade da devastação ambiental exclusivamente nas costas do Brasil. O senador destacou que, na verdade, 86% do bioma amazônico ainda está preservado, e questionou as alegações de destruição feitas por organizações não governamentais e veículos de comunicação. “Não sei onde essa ONG está vendo devastação. Devastação, talvez, ocorra na Noruega, que é um país milionário, mas que vive da exploração de petróleo e gás”, criticou, chamando atenção para o fato de que a rede que denuncia o Brasil é, de acordo com ele, financiada pelo governo norueguês.
Bittar também se debruçou sobre um tema específico: a construção de uma estrada que ligaria as cidades de Porto Walter e Cruzeiro do Sul, ambas no Acre. Ele argumentou que a falta de infraestrutura nas comunidades isoladas da Amazônia acarreta sérias dificuldades. “Alguém faz ideia de como se leva saúde pública a um município isolado, onde o rio seca? As crianças percorrem horas pela floresta apenas para chegar a um posto de saúde ou uma escola”, enfatizou, lamentando que o isolamento encarece alimentos e compromete a oferta de serviços essenciais.
O senador criticou a cobertura jornalística que, em sua visão, não considera as necessidades das populações locais. Para ele, essas questões cruciais não estão sendo abordadas de forma justa ou adequada pela Folha de S.Paulo, que, segundo Bittar, parece estar mais interessada em atender interesses externos do que em compreender a realidade brasileira. A declaração do senador reflete uma tensão crescente entre a proteção ambiental e o desenvolvimento das regiões menos acessíveis do país, ressaltando um debate que se intensifica à medida que o mundo coloca a Amazônia em foco.
