O senador Humberto Costa expressou seu entusiasmo ao relatar a importância dessa proposta não apenas para a cultura de Pernambuco, mas, principalmente, para o Recife. Segundo ele, a cidade é reconhecida como um polo do brega, um gênero musical que, além de ter um apelo cultural profundo, também desempenha um papel relevante na economia local. O brega se destacou historicamente, inclusive durante períodos de repressão, como a ditadura militar, servindo como voz de resistência e representação das minorias sociais. “Esse projeto é uma homenagem a um gênero musical que operou como um canal de resistência e expressão cultural”, comentou o senador.
Definido por letras apaixonadas e sentimentais, o brega surgiu e se popularizou no Brasil a partir da década de 1960, englobando diversos ritmos como samba-canção e bolero. Humberto Costa ressaltou que, embora esse gênero tenha sido amplamente acolhido nas periferias, também enfrentou estigmas sociais. Para ele, essa forma de arte é um reflexo da diversidade e autenticidade cultural do povo brasileiro, tendo um caráter verdadeiramente democrático.
O senador lembrou que Recife é o lar de artistas icônicos, como Reginaldo Rossi e Augusto César, e destacou que o brega já foi reconhecido oficialmente como Expressão Cultural Pernambucana e Patrimônio Cultural Imaterial do Município de Recife. Ele defendeu que a concessão desse título representa um reconhecimento do esforço local em promover um gênero que simboliza a essência de seu povo.
A comissão também discutiu a aprovação de um projeto que cria o Dia Nacional do Brega, a ser celebrado em 14 de fevereiro, data de nascimento de Reginaldo Rossi, um dos principais ícones do estilo.
Por outro lado, a votação de três outros projetos, relacionados a políticas de inclusão em instituições de ensino privadas e títulos de capital cultural a Aquiraz e em homenagem a danças tradicionais, foi adiada para a próxima reunião, conforme acordo entre os membros da comissão.
