SENADO FEDERAL – Proposta de repasses mínimos de recursos de fundos constitucionais gera debate e coloca transparência em xeque, afirmam especialistas.



A proposta de repasses mínimos de recursos de fundos constitucionais de financiamento a instituições financeiras federais foi debatida em uma audiência pública realizada na Comissão de Desenvolvimento Regional (CDR) nesta terça-feira. A proposta, apresentada pelo senador Irajá e relatada pela senadora Margareth Buzetti, tem como objetivo determinar aos bancos administradores o repasse de 40% dos recursos previstos para cada exercício dos Fundos Constitucionais a outros bancos.

Durante a audiência, especialistas afirmaram que essa proposta provocará uma série de impactos negativos, como menor capilaridade, priorização dos menos favorecidos, aumento dos riscos, redução de tributos recolhidos e falta de transparência. O Secretário Nacional de Fundos e Instrumentos Financeiros do Ministério da Integração e do Desenvolvimento Regional, Eduardo Corrêa Tavares, alertou para os riscos de perda de transparência e governança com a proposta de descentralização dos recursos.

Além disso, o assessor especial do Ministério da Fazenda, Marcello Froldi Negro, ressaltou que a retirada de 40% dos recursos dos bancos públicos resultará em menor repasse de dividendos para a União e a possibilidade de aumento do socorro aos bancos. Ele também destacou a redução na arrecadação, já que algumas instituições financeiras são isentas de pagamento de impostos.

Outra preocupação levantada durante a audiência foi a concentração dos recursos nas mãos de poucos se os repasses forem direcionados para outras instituições financeiras. O Vice-presidente de Negócios Governo e Sustentabilidade Empresarial do Banco do Brasil, José Ricardo Sasseron, explicou que a destinação de um volume maior para essas instituições poderá atender mais médios e grandes empreendedores, deixando de lado os microempreendedores e pequenos produtores.

Diante dos argumentos apresentados durante a audiência, o presidente da CDR, Marcelo Castro, afirmou que as justificativas para o repasse de 40% a outros bancos não se sustentam, já que as áreas e municípios atendidos pelos Fundos Constitucionais estão sendo contemplados de forma adequada. A discussão sobre a melhor operacionalização do programa continua em pauta, com a busca por alternativas que não comprometam o atendimento aos pequenos e microempreendedores.

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