SENADO FEDERAL – Proposta de PEC das Praias adiada na CCJ após pedido de vista de senador. Não há data para nova votação.



Na última quarta-feira, a Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) do Senado Federal adiou a votação da PEC 3/2022, conhecida como PEC das Praias, após um pedido de vista. A proposta, que foi aprovada pela Câmara dos Deputados após 11 anos de tramitação, visa transferir a propriedade dos terrenos de marinha para particulares mediante pagamento, enquanto estados e municípios seriam contemplados de forma gratuita.

O relator da PEC, senador Flávio Bolsonaro, destacou a necessidade de resolver os antigos conflitos envolvendo a União e os ocupantes dos terrenos de marinha, que historicamente reservam faixas próximas ao litoral e às margens de rios. Segundo o relator, a proposta busca eliminar a insegurança jurídica relacionada à propriedade de edificações construídas nessas áreas.

Durante a leitura de seu voto, Flávio Bolsonaro ressaltou que a PEC mantém as praias como bens públicos de uso comum do povo, garantindo o acesso livre ao mar através delas. Ele também enfatizou que a proposta não visa alterar o regime jurídico das praias estabelecido pela Constituição.

Por outro lado, alguns críticos, incluindo o senador Rogério Carvalho, levantaram preocupações relacionadas à possível privatização das praias e aos riscos ambientais e fundiários que a aprovação da PEC poderia acarretar. Além disso, foram apontadas questões quanto aos impactos que a proposta poderia ter sobre a população e o meio ambiente.

A PEC prevê a criação de um fundo de preservação das praias, que seria financiado pelos recursos provenientes das transferências dos terrenos de marinha para particulares. O objetivo desse fundo seria investir em saneamento básico e preservação nas regiões costeiras do país.

Apesar das polêmicas em torno da proposta, o presidente da CCJ, senador Davi Alcolumbre, afirmou que houve respeito aos procedimentos legislativos e tempo suficiente para discussões e ajustes no texto. A votação da PEC foi adiada sem uma data definida para retorno à pauta da comissão, enquanto o debate sobre a transferência dos terrenos de marinha continua gerando divergências e questionamentos no cenário político nacional.

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