SENADO FEDERAL – PEC do Quinquênio pode gerar impacto bilionário nas despesas remuneratórias dos servidores, aponta nota técnica da IFI.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) do Quinquênio, em tramitação no Senado, tem gerado debates acalorados devido ao impacto financeiro que pode causar nas despesas remuneratórias dos servidores públicos. De acordo com uma nota técnica divulgada pela Instituição Fiscal Independente (IFI), o impacto da PEC pode variar de R$ 5,2 bilhões a expressivos R$ 42 bilhões anuais.

A PEC 10/2023, aprovada pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) em abril, propõe o pagamento de um benefício mensal de valorização por tempo de exercício, equivalente a 5% do subsídio a cada cinco anos de efetivo serviço na área jurídica. O texto original da proposta limitava o benefício aos membros do Poder Judiciário e do Ministério Público, porém emendas incluíram outras 13 carreiras, ampliando o alcance da medida.

O relatório da IFI destaca dois cenários possíveis: um calculado considerando apenas magistrados e membros do MP, com um acréscimo de R$ 5,2 bilhões por ano, e outro incluindo as demais carreiras previstas nas emendas, com um impacto estimado em R$ 42 bilhões anuais. Este último cenário representa um aumento significativo nas despesas remuneratórias do serviço público.

O analista Alessandro Casalecchi ressalta que o impacto fiscal da PEC pode ser ainda maior, uma vez que o texto prevê o cômputo do tempo de atividades jurídicas realizadas antes do ingresso no serviço público para o cálculo do benefício. No entanto, a falta de dados oficiais sobre esse aspecto torna difícil uma estimativa precisa do impacto real da proposta.

A PEC 10/2023 passou por diversas sessões de discussão no Senado, dividindo opiniões entre parlamentares. Enquanto o líder do governo, senador Jaques Wagner, alerta para o impacto fiscal negativo da proposta, o relator da matéria, senador Eduardo Gomes, defende a valorização dos servidores públicos e ressalta a importância de um debate transparente e criterioso sobre o tema.

A votação da PEC no Plenário do Senado dependerá do aval de três quintos da Casa em dois turnos de votação. Enquanto isso, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, indica que a prioridade no momento está voltada para medidas de auxílio ao estado do Rio Grande do Sul, afetado por chuvas e enchentes. A discussão em torno da PEC do Quinquênio promete continuar gerando controvérsias e análises minuciosas sobre seus potenciais impactos nas contas públicas.

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