O líder indígena Alberto Brazão Goes, do povo ianomâmi, questionou o Instituto Socioambiental (ISA) sobre a falta de transparência na venda de cogumelo ianomâmi no exterior. Segundo ele, a ONG não tem prestado contas sobre os recursos arrecadados com a venda desse produto, cuja grama chega a custar 7 euros. Essa falta de transparência afeta diretamente as comunidades indígenas, que não têm conhecimento sobre a destinação desses recursos.
Valdeci Baniwa, indígena da etnia baniwa e morador da comunidade Castelo Branco, no Amazonas, acusou o ISA de “engavetar” as reivindicações das comunidades indígenas. Segundo ele, a ONG impede que essas reivindicações cheguem ao poder público, dificultando a defesa dos direitos das comunidades.
Adriel Kokama, liderança indígena da região do Médio Solimões, questionou a restrição ao exercício de atividades econômicas e extrativistas nas terras indígenas. Para ele, essas restrições prejudicam a autonomia das comunidades indígenas, que dependem dessas atividades para sua subsistência.
O cacique Miguel dos Santos Correa, da aldeia de Bragança, no Pará, criticou a Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós (Coomflona) pelo baixo valor pago aos indígenas pela colheita de sementes. Segundo ele, os indígenas recebem apenas R$ 3 por dia, enquanto uma grande empresa de cosméticos pagaria valores elevados por essas sementes. Além disso, Miguel questionou o destino dos recursos arrecadados pela Cooperativa, afirmando que eles não chegam às comunidades.
Marcelo Norkey Duarte Pereira, conselheiro da Área de Proteção Ambiental (APA) Triunfo do Xingu, criticou a qualidade dos estudos técnico-científicos elaborados pelo ISA em contrato com o governo federal para a viabilização de sete unidades de conservação na floresta amazônica. Segundo ele, esses estudos não têm sido suficientes para garantir a preservação ambiental e a sustentabilidade das comunidades locais.
Luciene Kujãesage Kayabi, representante da etnia caiabi, no Baixo Xingu, questionou a eficácia da atuação das ONGs na proteção dos direitos dos povos indígenas. Para ela, essas organizações usam de persuasão para manipular os indígenas, interferindo em suas decisões e autonomia.
O ex-deputado federal e ex-ministro, Aldo Rebelo, afirmou que as ONGs que atuam na Região Norte são “estados paralelos ao governo brasileiro”, ameaçando a soberania e o desenvolvimento da Amazônia. Segundo ele, leis e normas precisam ser revistas, pois tornaram parte da Amazônia “uma espécie de protetorado informal dessas ONGs”.
A deputada federal Sílvia Waiãpi acusou o Instituto Iepé de impedir a etnia waiãpi de ter acesso a energia elétrica e se desenvolverem, alegando “preservação cultural”. Ela entregou à CPI documentos sobre o financiamento da ONG, que receberia recursos de governos estrangeiros como Noruega e França.
O jornalista Lorenzo Carrasco apresentou exemplos históricos de interferência de outros governos no Brasil. Segundo ele, a embaixada canadense teria dado apoio logístico para interferir no capítulo de meio ambiente da Constituição Federal de 1988. Além disso, citou Michel Rocard, ex-primeiro-ministro da França, que teria ideias sobre uma soberania compartilhada sobre a Amazônia.
O ex-ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, denunciou a prática em que poucas pessoas alternariam cargos em ONGs, órgãos ambientais do governo e universidades para produzir “narrativa contra qualquer tipo de utilização racional dos recursos da Amazônia”. Ele também criticou nações participantes do Acordo de Paris por não cumprirem os valores combinados para a preservação ambiental no Brasil.
Helderli Fideliz Castro de Sá Leão Alves, presidente do Movimento Pardo-Mestiço Brasileiro, acusou o IBGE de enviesar o último censo, estimulando os mestiços a se identificarem como indígenas. Segundo ele, os recenseadores teriam distorcido o questionário, o que teria levado a um crescimento de 88,82% na população indígena nos últimos 12 anos.
O antropólogo Edward Luz denunciou a Associação Brasileira de Antropologia (ABA) por se comprometer com uma “indústria” de laudos para demarcação de territórios indígenas de forma não representativa. Ele também acusou o ex-presidente da Funai, Márcio Meira, de ser “agente” do ISA, citando sua esposa como responsável por laudo que aprovou demarcação de terra na região.
Os senadores Plínio Valério, Marcio Bittar e Chico Rodrigues visitaram indígenas em São Gabriel da Cachoeira para ouvir suas demandas e reivindicações.
O professor Luiz Carlos Molion defendeu que a Amazônia não é a maior causadora das variações climáticas intensas e nem a maior fonte de umidade do mundo. Ele classificou o mercado de carbono como uma solução para um problema que não existe e afirmou que o desmatamento nos níveis atuais não levará a uma destruição irreversível da floresta.
Virgílio Viana, superintendente-Geral da Fundação Amazônia Sustentável (FAS), afirmou que a ONG instalou estruturas de rádio e internet, investiu em energia solar e no ecoturismo nas regiões em que atua. Ele destacou que a FAS aumentou a renda per capita em regiões amazônicas e utilizou 77% dos R$ 400 milhões arrecadados em 15 anos diretamente em projetos de sustentabilidade econômica.
Ritaumaria Pereira, diretora-executiva do Instituto do Homem e Meio Ambiente da Amazônia (Imazon), assegurou que os financiadores estrangeiros da ONG não condicionam os recursos a demandas específicas. Ela afirmou que é prática comum ex-funcionários de ONGs prestarem consultorias à organização por valores superiores ao antigo salário. Os parlamentares criticaram essa prática.
Ana Amélia Campos Toni, secretária Nacional de Mudança do Clima, negou que tenha sido convidada ao cargo por ser membra do Instituto de Pesquisa Ambiental da Amazônia (Ipam). Ela defendeu que organizações de sociedade civil, governo e empresas devem funcionar de modo complementar.
Eduardo Ditt, diretor do Instituto de Pesquisas Ecológicas (Ipê), defendeu que regiões do Rio Negro não precisam da construção de estradas para explorar o ecoturismo. Ele destacou que o Ipê favorece negócios comunitários sustentáveis e que a maioria dos recursos arrecadados são provenientes de financiadores estrangeiros.
Marta de Oliveira Antunes, tecnologista do IBGE, negou que recenseadores tenham sido orientados a distorcer o questionário para aumentar o registro de indígenas no Censo de 2022. Ela destacou que o crescimento da população indígena se deve a melhorias na metodologia do órg