A proposta de criação dessas unidades, segundo Marina Silva, remonta a 2005 e visa proteger as condições de vida de aproximadamente 24 mil pessoas, incluindo ribeirinhos e comunidades indígenas. A ministra esclareceu que a recente criação de unidades no Amapá não afeta os blocos de petróleo já existentes e não foi planejada para inviabilizar a exploração na Margem Equatorial. Ela também reconheceu a tensão que surgiu no estado, levando à suspensão de uma audiência pública pelo Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
O senador Lucas Barreto (PSD-AP), que pediu a convocação da ministra para a audiência, expressou sua surpresa com a criação das novas unidades de conservação, que abrangem 1,3 milhão de hectares no Amapá. Ele destacou que 74% do território do Amapá já é protegido e que apenas 11% está disponível para atividades econômicas, argumentando que a criação de mais reservas poderia prejudicar o desenvolvimento do estado. Barreto fez um apelo para que o direito de explorar recursos na costa do Amapá seja respeitado.
Enquanto isso, outros senadores levantaram preocupações sobre a falta de consulta da sociedade no processo de criação dessas áreas protegidas. Marina Silva, por outro lado, defendeu que as audiências públicas são parte fundamental do processo e que as unidades de conservação são criadas dentro de um plano estratégico, elaboradas em parceria com o governo do estado.
Além disso, a ministra respondeu a questionamentos sobre a redução do desmatamento, ressaltando os avanços apresentados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e outras organizações. Segundo ela, há cerca de 80 milhões de hectares degradados que, se restaurados, poderiam ser usados para atividades produtivas. Marina argumentou que a meta é de alcançar o desmatamento zero por meio de aumento da produtividade e recuperação de ecossistemas degradados, promovendo um equilíbrio entre conservação e desenvolvimento econômico.