De acordo com a empresa, a suspensão dos pacotes se deu por dois motivos: a alta demanda por voos, que mantém as tarifas elevadas mesmo em baixa temporada, e a taxa de juros elevada. Kajuru criticou essas justificativas, argumentando que elas não são novidade e que a empresa deveria conhecer o mercado em que atua. Na prática, segundo o senador, a empresa pegou o dinheiro dos consumidores e devolveu apenas uma ilusão, prejudicando sonhos de lua de mel, reuniões de família ou férias planejadas com antecedência.
O senador ressaltou que o Código do Consumidor permite que o cliente escolha a forma de ressarcimento, seja através da devolução do valor pago corrigido, troca por outra mercadoria ou serviço, ou a exigência da prestação do serviço. No entanto, ele destacou que nada disso é capaz de reparar a frustração dos consumidores. Além disso, ele apontou que a empresa dificulta a comunicação com os clientes, permitindo apenas o contato via e-mail, e oferece vouchers em parcelas.
Kajuru ressaltou a necessidade de realizar uma avaliação rigorosa do modelo de venda de pacotes flexíveis e destacou que há três meses o governo proibiu a empresa Hurb, antigo Hotel Urbano, de vender pacotes nesse formato por não honrar seus compromissos.
O senador enfatizou que, neste momento de reconstrução do Brasil, segurança e confiabilidade são fatores vitais em todas as áreas, especialmente no turismo, que é um forte indutor da economia e que atualmente responde por 8% do Produto Interno Bruto (PIB) do país.
É necessária uma atenção do poder legislativo e das autoridades para evitar que situações como a da 123 Milhas voltem a ocorrer. Os consumidores devem ser protegidos e empresas que não cumprem suas promessas devem ser devidamente responsabilizadas. A confiança no setor aéreo é fundamental para impulsionar o turismo e a economia do país.