A meta estabelecida era de déficit zero, com uma margem de tolerância de 0,25 ponto percentual do PIB, de acordo com a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) e a Lei Complementar 200, de 2023. No entanto, é importante ressaltar que o cálculo da IFI não considera certos gastos que não entram na avaliação do cumprimento da meta, como despesas relacionadas a enchentes e combate às queimadas.
Segundo a IFI, ao incluir esses gastos extras, o déficit primário de 2024 foi de 0,4% do PIB. A IFI ainda ressalta que o resultado foi alcançado principalmente devido a receitas não recorrentes, como a tributação sobre fundos exclusivos, dividendos de empresas estatais e pagamento antecipado de despesas em 2023.
Além disso, houve uma redução nos gastos com pessoal e estabilidade nas despesas previdenciárias, porém um aumento considerável em gastos com abono salarial, seguro-desemprego, benefícios sociais e emendas parlamentares.
No que diz respeito à dívida pública, a IFI calcula que para estabilizá-la no patamar atual, o governo federal precisaria de um superávit primário de 2,4% do PIB. A instituição alerta para um possível agravamento nos próximos dez anos devido aos déficits primários anuais e juros elevados.
Para o ano de 2025, a IFI projeta um IPCA de 4,4%, Taxa de Juros Selic em 14,25% ao ano e crescimento do PIB de 1,9%. A IFI destaca a importância de aguardar informações adicionais para dimensionar os impactos das ações do novo governo dos EUA, estimar os efeitos do pacote de medidas de corte de gastos e monitorar a atuação da nova diretoria do Banco Central.