Para 2025, a previsão da IFI é de um déficit primário de R$ 102,9 bilhões, equivalente a 0,8% do PIB. Já para 2026, a estimativa é de um déficit de R$ 107,8 bilhões, também representando 0,8% do PIB. A instituição alerta para o “desequilíbrio estrutural” das contas públicas e da dívida pública do governo, que se agravou com as recentes alterações nas previsões fiscais dos próximos anos.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou a importância de que o pacote de corte de gastos seja votado pelas duas Casas do Congresso Nacional até o final do ano. As medidas estão divididas entre uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar (PLP), buscando adequar as despesas aos limites estabelecidos no arcabouço fiscal brasileiro e garantir a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo.
Além disso, a IFI ressaltou que a limitação ao crescimento do salário mínimo, proposta pelo governo, terá impacto direto nas aposentadorias, que são indexadas a esse valor. A instituição considera que outras medidas, como a redução do abono salarial e o controle maior sobre o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), terão efeitos modestos ou limitados no curto prazo.
A análise completa e mais precisa das medidas será feita no Relatório de Acompanhamento Fiscal de dezembro, quando os cenários econômicos e fiscais de curto e médio prazo serão atualizados, permitindo uma avaliação mais detalhada dos efeitos das medidas no controle da trajetória fiscal da União.