SENADO FEDERAL – IFI aponta insuficiência no pacote de corte de gastos do governo para reverter déficits primários futuros, indica análise preliminar.



A análise preliminar feita pela Instituição Fiscal Independente (IFI) sobre o pacote de corte de gastos anunciado pelo governo nesta semana revelou que as medidas propostas ainda são insuficientes para reverter os déficits primários projetados para os próximos anos. Segundo a análise divulgada nesta sexta-feira (29) pela IFI, mesmo com as mudanças propostas, o cenário fiscal não indicaria a obtenção de superávits primários nos próximos anos.

Para 2025, a previsão da IFI é de um déficit primário de R$ 102,9 bilhões, equivalente a 0,8% do PIB. Já para 2026, a estimativa é de um déficit de R$ 107,8 bilhões, também representando 0,8% do PIB. A instituição alerta para o “desequilíbrio estrutural” das contas públicas e da dívida pública do governo, que se agravou com as recentes alterações nas previsões fiscais dos próximos anos.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, destacou a importância de que o pacote de corte de gastos seja votado pelas duas Casas do Congresso Nacional até o final do ano. As medidas estão divididas entre uma proposta de emenda à Constituição (PEC) e um projeto de lei complementar (PLP), buscando adequar as despesas aos limites estabelecidos no arcabouço fiscal brasileiro e garantir a sustentabilidade das contas públicas no longo prazo.

Além disso, a IFI ressaltou que a limitação ao crescimento do salário mínimo, proposta pelo governo, terá impacto direto nas aposentadorias, que são indexadas a esse valor. A instituição considera que outras medidas, como a redução do abono salarial e o controle maior sobre o Bolsa Família e o Benefício de Prestação Continuada (BPC), terão efeitos modestos ou limitados no curto prazo.

A análise completa e mais precisa das medidas será feita no Relatório de Acompanhamento Fiscal de dezembro, quando os cenários econômicos e fiscais de curto e médio prazo serão atualizados, permitindo uma avaliação mais detalhada dos efeitos das medidas no controle da trajetória fiscal da União.

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