SENADO FEDERAL – “Há 35 anos, Gráfica do Senado trabalhava intensamente para imprimir exemplares da nova Constituição Brasileira”



Há 35 anos, um marco histórico ocorreu no Brasil: a promulgação da nova Constituição. Enquanto o deputado constituinte Ulysses Guimarães presidia a sessão do Congresso Nacional, a Gráfica do Senado trabalhava incansavelmente para imprimir 20 mil exemplares do texto que seria disponibilizado para a população e enviado aos estados assim que entrasse em vigor.

Florian Madruga, ex-diretor da Gráfica do Senado, era responsável pela revisão do setor naquela época. Ele conta que, assim que o texto foi aprovado, Ulysses Guimarães designou o dia 5 de outubro como a data de promulgação da Constituição, e eles receberam a missão de imprimir antecipadamente os primeiros exemplares. A expectativa era de que os livros estivessem em todos os estados do país no mesmo dia.

Durante os dois anos da Constituinte, a Gráfica trabalhava incessantemente, com escalas em três turnos. Além da impressão da Constituição, o setor também tinha a responsabilidade de imprimir atas, diários, relatórios, pareceres e emendas. Tudo chegava em regime de urgência, e eles contavam com a parceria do Prodasen para processar os relatórios produzidos pelas comissões com rapidez, para que pudessem ser impressos e disponibilizados no dia seguinte.

A gráfica também era responsável pela impressão diária do Jornal da Constituinte, criado para aproximar a sociedade do que estava acontecendo no Congresso. Ester Monteiro, jornalista e servidora da Assessoria de Imprensa do Senado, lembra que além do jornal, havia também o programa “A Voz da Constituinte” e o “Diário da Constituinte”, que eram veiculados nas rádios e televisões do país. Esses veículos abriram as portas do Parlamento e permitiram uma grande participação popular.

Raimundo Carrero, embaixador do Brasil em Portugal, foi chefe de serviço na Ata da Constituinte e esteve à frente da Secretaria-Geral da Mesa por mais de dez anos. Ele destaca a importância da comunicação nesse processo, que aproximou as pessoas do debate. Desde o início, o Prodasen trabalhou em conjunto com a Gráfica do Senado para processar as informações e garantir que tudo estivesse impresso a tempo dos próximos debates.

O Prodasen também foi responsável por adquirir uma impressora que facilitou o trabalho de digitalização e impressão dos documentos relacionados à tramitação da Constituição. Na época, não existia o programa Word, e era necessário digitar comandos no terminal burro, que estava conectado ao computador central. Foi um desafio tecnológico, mas a equipe do Prodasen conseguiu superar.

Desde a convocação da Constituinte em julho de 1985 até a promulgação da nova Constituição em 5 de outubro de 1988, as duas Casas Legislativas trabalharam arduamente para coordenar os trabalhos. O registro dos debates era fundamental para dar continuidade ao processo, e a taquigrafia tinha a missão de registrar tudo o que era dito. Claudia Lyra, que fazia parte da taquigrafia na época, ressalta que era um trabalho complexo e que exigia muita dedicação.

A Constituinte foi um momento de efervescência de ideias, em que o coração da nação brasileira pulsava nos corredores do Congresso, ansiando por mudanças. O processo foi demorado, mas quando começou a funcionar, o sangue começou a fluir nas veias dos constituintes e da população. A Constituinte foi inesquecível e testemunhou um dos principais momentos do Parlamento nos últimos 100 anos.

A construção da nova Constituição foi um marco na sociedade brasileira e na nossa democracia. A Gráfica do Senado, em conjunto com o Prodasen e a taquigrafia, desempenhou um papel essencial no processamento das informações e na disseminação do texto constitucional para todo o país. Os trabalhos árduos e a dedicação de todos os envolvidos fizeram desse momento histórico uma realidade.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo