O anúncio foi feito pelo presidente da CPMI, senador Carlos Viana, em uma reunião que também contou com a presença do ministro da Controladoria-Geral da União (CGU), Vinicius Marques de Carvalho. A convocação de Cavalcanti, que já foi alvo da Operação Sem Desconto da Polícia Federal, se deu a partir de quatro requerimentos aprovados durante a comissão. Esses documentos ressaltam a gravidade da situação, com a senadora Leila Barros mencionando que o empresário teve bens valiosos apreendidos, incluindo uma Ferrari e relógios de luxo, o que sublinha seu vínculo com as fraudes em questão.
O insigne testemunho do ministro da CGU foi particularmente impactante, durando quase dez horas e gerando avalições críticas sobre a eficácia do sistema de fiscalização em relação aos desvios de recursos destinados a aposentados. Viana ressaltou que a CPMI está cumprindo seu dever, indicando que não haverá tolerância com aqueles que lesaram os beneficiários da previdência. O relator da Comissão, deputado Alfredo Gaspar, reforçou essa ideia ao criticar a lentidão da CGU em agir diante de indícios de fraudes já conhecidos desde 2024.
A investigação não apenas busca entender o esquema fraudulento relacionado aos empréstimos consignados, que Gaspar considera ter uma magnitude ainda maior que as fraudes associativas, mas também examina os acordos de cooperação técnica que facilitaram esses desvio de recursos. O líder da oposição no Senado, Rogério Marinho, por sua vez, manifestou preocupação com a atribuição das responsabilidades, sugerindo que alguns parlamentares optam por direcionar a culpa para o governo anterior.
Por outro lado, o governo atual se defende, destacando que as fraudes surgiram de práticas estabelecidas antes da posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Vários deputados e senadores têm chamado a atenção para a necessidade de convocar outros ex-integrantes da CGU para esclarecimentos, visando compreender com mais profundidade os desdobramentos que resultaram nas fraudes.
O clima entre os parlamentares é tenso, evidenciado pela angústia expressa pela senadora Damares Alves, que reforçou a necessidade de uma investigação que realmente chegue a seus verdadeiros responsáveis, sem que a CPMI se torne um cenário de disputas partidárias. O futuro da CPMI e o desfecho das investigações sobre o INSS ainda permanecem incertos, mas a expectativa para os próximos depoimentos promete novos revelações e desdobramentos relevantes para a sociedade.