Em uma entrevista à TV Senado, Lobão enfatizou a importância do Senado ao longo dos 200 anos de sua existência, destacando seu papel fundamental para a democracia e liberdade no país. Segundo ele, o Senado exerce um papel essencial de fiscalização do governo, além de ter a capacidade de julgar os ministros do Supremo Tribunal Federal, o que ele considera uma função relevante, mesmo que nunca tenha sido utilizada.
Na extensa carreira política de Lobão, ele integrou a Aliança Renovadora Nacional (Arena) durante a Ditadura Militar, mas sempre buscou abrir caminho para a democracia, defendendo propostas como eleições diretas para governadores e senadores em 1979. Para Lobão, a existência de um Congresso Nacional atuante é fundamental para a garantia das liberdades do cidadão e para o funcionamento da democracia.
O ex-senador também relembrou a época da Constituinte, em 1987, como um momento precioso para o país, em que a sociedade participou ativamente na elaboração da nova Constituição. Lobão destacou seu papel na criação do capítulo da autonomia do Ministério Público e na presidência da Subcomissão da Política Agrícola e Fundiária, ressaltando a importância desses debates para a construção de um país mais democrático.
Além disso, Lobão também abordou a questão do presidencialismo, defendendo a experiência brasileira desse sistema e destacando que a cultura política do país não absorve as regras do parlamentarismo de forma pragmática. Ele também relembrou sua passagem como presidente interino do Senado em 2001, em um momento de crise política, em que trabalhou para pacificar a Casa e implantar práticas de decisão da Mesa com as lideranças partidárias.
Com uma carreira política marcada por importantes contribuições para a democracia e a liberdade no Brasil, Edison Lobão deixou um legado significativo na história do país e da política brasileira. Sua passagem pelo Senado e sua atuação em diferentes cargos públicos refletem sua dedicação aos princípios democráticos e ao serviço público.