O senador Jorge Seif (PL-SC), autor do requerimento para a realização do debate, argumentou que a proibição dos implantes foi feita sem a devida análise no âmbito legislativo e sem a consulta a especialistas no assunto. Para o senador, a decisão prejudica a liberdade dos médicos em escolher o tratamento mais adequado para os pacientes.
A Anvisa, que havia anunciado a proibição dos implantes no dia 18 de outubro, revogou sua resolução e manteve apenas a proibição dos implantes para fins estéticos e de performance. O Conselho Federal de Medicina (CFM) também recomendou a modulação da decisão, permitindo o uso dos implantes para fins clínicos gerais.
Durante o debate, os médicos defensores dos implantes destacaram a importância desses dispositivos em tratamentos hormonais específicos, como o hipogonadismo, a puberdade tardia e a endometriose. Eles argumentaram que a proibição irrestrita poderia comprometer tratamentos legítimos e prejudicar pacientes que dependem desses implantes.
Por outro lado, médicos como Rosemar Rahal, mastologista do Instituto Nacional de Câncer (Inca), alertaram para os riscos associados ao uso indiscriminado de implantes hormonais, citando o aumento na incidência de câncer de mama. A necessidade de mais estudos científicos para garantir a segurança e eficácia dos implantes foi destacada por vários especialistas presentes no debate.
Em meio a essas discussões, também surgiram relatos de pacientes que enfrentaram problemas de saúde decorrentes do uso dos implantes, o que gerou preocupação e questionamentos sobre a regulação desses dispositivos. O debate demonstrou a complexidade do tema e a necessidade de um diálogo amplo e embasado em evidências científicas para encontrar soluções que garantam a segurança e o bem-estar dos pacientes.