O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, destacou a urgência de reformar a composição do Conselho de Segurança para que ele reflita as realidades contemporâneas do mundo. Segundo Alcolumbre, a estrutura que há 80 anos guia a ONU já não representa adequadamente as aspirações de países da América Latina, Ásia e África, afirmando que foi criada sob uma geopolítica ultrapassada. Ele enfatizou a importância de um multilateralismo inclusivo, com os parlamentos dos países em desenvolvimento atuando como agentes cruciais nesse reposicionamento global.
Mohammad Bagher Ghalibaf, presidente da Assembleia Consultiva Islâmica do Irã, também se alinhou à necessidade de um arranjo internacional que atenda aos desafios atuais. Criticando a indiferença estrutural que, segundo ele, ignora a vontade da maioria das nações, Ghalibaf defendeu que o Brics poderia atuar como um líder em prol da representação justa do chamado “sul global”. Ele指出 que muitas das estruturas já existentes não apenas falharam em enfrentar novos desafios, como se tornaram parte das crises atuais, o que torna imperativa a reforma da arquitetura global.
Dando continuidade ao debate, Grigory Karasin, do Conselho da Federação da Rússia, alertou sobre a resistência de alguns países em aceitar o fortalecido papel do Brics na arena internacional. Ele afirmou que a pressão de nações ocidentais tem prejudicado a confiança nas instituições multilaterais, tornando urgente a adaptação do Conselho de Segurança da ONU à nova realidade multipolar, possibilitando uma representação mais ampla para os países do sul.
A vice-presidente da Assembleia Nacional de Cuba, Ana María Mari Machado, também manifestou seu apoio a uma arquitetura multilateral que atenda às necessidades de paz de seus cidadãos, criticando as sanções ilegais que, segundo ela, comprometem essa busca. Para ela, estabelecer uma ordem internacional justa é uma prioridade, onde as causas profundas que afetam a paz sejam eliminadas.
Sergei Rachkov, da Bielorrússia, complementou a discussão lembrando que as estruturas internacionais herdadas da Guerra Fria enfrentam uma crise de legitimidade, num momento em que cresce a demanda por um mundo multipolar. Ele expressou que, embora a transição possa ser dolorosa, a hegemonia unipolar está em processo de extinção.
Por fim, Om Birla, presidente da Câmara Baixa da Índia, uniu-se ao coro de vozes que pedem reformas no sistema de segurança global, acentuando a importância da diplomacia parlamentar no Brics e reiterando a necessidade de união global contra o terrorismo e o crime transnacional. A Índia, segundo Birla, está disposta a colaborar integralmente com seus parceiros no Brics para construir um ambiente de respeito mútuo e amizade.