Entretanto, ele reconheceu que a implementação de um sistema de autorregulamentação não seria isenta de dificuldades. Um dos principais obstáculos identificados é a presença massiva de apostas não autorizadas, que representam cerca de 80% das reclamações recebidas pelo Conar. Essa situação destaca a fragilidade do controle sobre um mercado que, mesmo com boas intenções, pode se tornar um campo minado para consumidores e empresas éticas.
A relatora da CPI, senadora Soraya Thronicke, do Podemos, trouxe à tona um ponto de vista radicalmente oposto ao de Pompilio. Ela defendeu a ideia de que a solução para o problema das propagandas enganosas e das práticas de jogo irresponsável reside na proibição total desses anúncios. De acordo com a senadora, essa proibição não apenas protegeria os consumidores, especialmente os mais vulneráveis, mas também ajudaria a combater a proliferação de plataformas de apostas que operam fora dos limites legais.
O debate na CPI evidencia um dilema importante: como equilibrar as necessidades de um setor em expansão com a proteção dos consumidores e a ordem pública. A proposta de autorregulamentação apresentada por Pompilio se mostra atraente por sua agilidade, mas a preocupação com as apostas não autorizadas gera um questionamento: seria realmente eficaz sem um controle mais rígido? Por outro lado, a defesa de uma proibição total levanta discussões sobre a viabilidade de combater uma tendência que já se disseminou em várias camadas da sociedade. O futuro das apostas online no Brasil continua em jogo, e as decisões que estão sendo tomadas agora terão impactos significativos nos próximos capítulos desse mercado.