Essa atividade, que abrange desde o cuidado com crianças até o atendimento a idosos e pessoas com deficiência, desempenha um papel fundamental na estrutura familiar e na comunidade, mas ainda assim carece do reconhecimento adequado por parte da sociedade e das instituições. Durante a audiência pública, foram abordadas questões que vão além da mera valorização financeira, destacando a importância de se reconhecer o cuidado como uma atividade essencial para o bem-estar social.
Os especialistas presentes enfatizaram que o trabalho de cuidado, embora muitas vezes considerado uma “tarefinha” do dia a dia, é, na verdade, uma função complexa e multifacetada que exige habilidades específicas e um alto nível de dedicação. Em muitos casos, as mulheres que exercem essa função enfrentam enorme carga emocional e física, sem que seu esforço seja devidamente reconhecido ou recompensado.
A discussão também levantou questões sobre políticas públicas que poderiam ser implementadas para apoiar essas profissionais. A falta de direitos trabalhistas, como férias e licença-maternidade, foi um dos pontos críticos abordados, evidenciando a necessidade urgente de uma reforma que inclua medidas de proteção e valorização desse grupo.
Para além do contexto econômico, o debate destacou a exigência de uma mudança cultural que reconheça o papel vital do cuidado na sociedade. O objetivo é estabelecer uma nova narrativa que valorize essas atividades, não apenas como obrigações femininas, mas como uma contribuição significativa para o desenvolvimento social e econômico do país.
Essa conversa, embora apenas um primeiro passo, é vital para promover uma maior equidade de gênero e garantir que todas as formas de trabalho sejam reconhecidas e valorizadas. O caminho para transformar a percepção do trabalho de cuidado em uma atividade valorizada e respeitada ainda é longo, mas iniciativas como essa são essenciais para o avanço dessa causa.