SENADO FEDERAL – Cancelamento unilateral de planos de saúde prejudica pessoas vulneráveis e gera pedido de CPI na Câmara dos Deputados.



No dia 21 de junho, durante uma audiência pública na Comissão de Direitos Humanos (CDH), representantes de usuários que foram alvo de cancelamento unilateral de contratos coletivos de planos de saúde denunciaram a persistência dos cortes, mesmo após reuniões com o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira. Eles solicitaram a instalação de uma CPI para investigar esses cancelamentos, que já havia sido requerida na Casa legislativa. A omissão da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) diante dos abusos cometidos pelas operadoras também foi questionada pelos participantes.

Durante a audiência pública, em formato virtual e presidida pelo senador Flávio Arns, várias histórias de pessoas vulneráveis foram compartilhadas. Letícia Fantinatti de Mello, da Associação Vítimas a Mil, relatou casos em que os planos de saúde descredenciaram serviços e unidades em massa, o que prejudicou o acesso aos tratamentos dos usuários. Um exemplo foi citado, envolvendo uma idosa de 76 anos que teve que deslocar-se para receber atendimento de urgência devido ao descredenciamento do plano, o que não estava de acordo com as normas da ANS.

Lucas Andrietta, coordenador do Programa de Saúde do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), e mães de autistas presentes na audiência destacaram o aumento de queixas de cancelamento unilateral de planos de saúde, levando à solicitação de uma CPI na Câmara. Eles criticaram a postura das operadoras em priorizar o lucro em detrimento dos pacientes mais vulneráveis, como idosos e pessoas com deficiência.

Além disso, foi ressaltada a falta de ação da ANS na regulamentação do setor e na proteção dos consumidores. A transparência, fiscalização e acesso dos usuários foram apontados como áreas em que a agência reguladora falha. O senador Flávio Arns se comprometeu a reunir os relatos em um documento para exigir respostas da ANS e agendar uma audiência pública com representantes do órgão.

Os participantes também criticaram as cláusulas abusivas presentes nos contratos de planos de saúde coletivos, destacando a falta de simetria na relação entre as operadoras e os contratantes e a necessidade de uma regulamentação mais clara e protetiva para os consumidores. A postura da ANS, que não divulga dados desagregados e não atualiza a regulamentação de acordo com o Código de Defesa do Consumidor, também foi questionada.

Em resumo, a audiência pública evidenciou uma série de problemas no setor de planos de saúde no Brasil, destacando a vulnerabilidade dos usuários diante dos interesses lucrativos das operadoras e da ineficácia da regulação exercida pela ANS. A instauração de uma CPI e a maior cobrança por parte dos órgãos reguladores foram pontos enfatizados durante o debate. A proteção dos consumidores, especialmente das pessoas mais vulneráveis, foi colocada como prioridade pelos participantes do evento.

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