SENADO FEDERAL – Brics em Brasília: Fórum Parlamentar Propõe Nova Ordem Internacional e Reformas para Inclusão dos Países Emergentes nas Decisões Globais

Os participantes do 11º Fórum Parlamentar do Brics, que se iniciou em Brasília, fervilham em discussões sobre a necessidade de uma nova ordem internacional, mais equitativa e que integre, de fato, as vozes dos países emergentes nas decisões globais. O evento, que se estende até esta quinta-feira (5), congrega representantes de 15 nações, alinhando 10 membros do Brics e cinco países parceiros, totalizando 248 parlamentares, dentre os quais 195 são delegados internacionais, além de 35 deputados e 18 senadores brasileiros.

Durante a abertura, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta, enfatizou a urgência de reformar as instituições internacionais para que possam desempenhar um papel eficaz na promoção da paz e na resolução de conflitos. Motta criticou a manutenção das estruturas decisórias da ONU, que ainda refletem um contexto mundial criado após a Segunda Guerra Mundial, e defendeu uma reconfiguração que incluísse as dinâmicas geopolíticas contemporâneas.

O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, também se pronunciou, ressaltando que o diálogo respeitoso entre as diferenças políticas é fundamental para a paz e o progresso. Ele sublinhou o papel crucial dos Poderes Legislativos na formulação de políticas públicas em nível global, sugerindo que os parlamentos devem se manifestar de maneira autônoma e colaborativa.

O vice-presidente da República em exercício, Geraldo Alckmin, destacou a agenda legislativa do Brics, que abrange o fortalecimento institucional do bloco e o desenvolvimento econômico através da redução de barreiras comerciais e da inovação em tecnologia verde.

Humberto Costa, coordenador parlamentar do Brics no Senado, expressou a necessidade de um novo protagonismo para os países integrantes, enfatizando que não se considera uma região periférica, mas sim um ator central em um novo paradigma político e econômico.

Durante o painel sobre desenvolvimento econômico, os representantes discutiram a reformulação dos sistemas de financiamento multilaterais, destacando a necessidade de uma maior representação e governança adequada nos organismos criados após a Conferência de Bretton Woods, que estabeleceu, entre outros, o FMI e o Banco Mundial. Segundo Tidimalo Legwase, representante da África do Sul, é fundamental que essas instituições reflitam as aspirações dos mercados emergentes e dos países menos desenvolvidos.

Ainda, o deputado indiano Om Birla reforçou a importância de um comércio global baseado em regras que atenda às necessidades do Sul Global, enquanto Alexander Zukhov, da Rússia, criticou a manipulação política dessas instituições em benefício de interesses específicos, exacerbando práticas neocoloniais.

No contexto de saúde, os debatedores concordaram sobre a necessidade de desenvolver um acordo multilateral para enfrentar pandemias futuras, enfatizando a urgência de um modelo de cooperação solidária que assegure acesso equitativo a vacinas e promova ações abrangentes em saúde pública.

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