SENADO FEDERAL –

Brasil sanciona Lei 15.174 e cria Política Nacional de Enfrentamento ao HPV com foco em prevenção e tratamento

Na quarta-feira, 23 de agosto, o Diário Oficial da União anunciou a sanção da Lei 15.174, que institui a Política Nacional de Enfrentamento da Infecção pelo Papilomavírus Humano (HPV). Essa legislação estabelece um amplo conjunto de ações voltadas à saúde pública, focando na prevenção, detecção e tratamento da infecção causada por este vírus, que afeta a pele e as mucosas e possui mais de 200 variantes conhecidas. A nova norma terá efeito a partir de outubro, 90 dias após sua publicação.

A Lei 15.174 delineia diversas diretrizes, incluindo campanhas de conscientização, a ampliação do acesso a cuidados de saúde e o fortalecimento da pesquisa científica sobre o HPV. Contudo, um ponto polêmico foi o veto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a um artigo que previa a realização de exames sorológicos para o diagnóstico do vírus. Em sua justificativa, o presidente argumentou que este tipo de teste não é indicado dentro das práticas recomendadas e que não integra os protocolos diagnósticos estabelecidos para o HPV.

Na mensagem que acompanhou o veto, o presidente enfatizou que o Sistema Único de Saúde (SUS) dispõe de outras modalidades de exames diagnósticos, como biópsias e testes citológicos, os quais estão contemplados na própria lei. O Ministério da Saúde alerta que o HPV é a infecção sexualmente transmissível mais prevalente no mundo. Ciclos de contágio gerados por alguns dos tipos do vírus podem resultar em verrugas genitais, enquanto outros estão correlacionados a diferentes formas de câncer, incluindo o câncer de colo do útero, ânus, pênis, boca e garganta.

O projeto que resultou na Lei 15.174 foi de autoria dos deputados Laura Carneiro (PSD-RJ) e Weliton Prado (Solidariedade-MG) e, após ser apresentado no Senado, recebeu relatoria da senadora Dra. Eudócia (PL-AL), que conduziu sua aprovação sem alteração em junho deste ano. Durante os debates, Dra. Eudócia discorreu sobre um estudo que revelou que mais da metade dos jovens brasileiros entre 16 e 25 anos estão infectados por algum subtipo do HPV, com 38,4% desses casos associados a genótipos considerados de alto risco para câncer.

À luz dos dados da Organização Mundial da Saúde (OMS), pode-se afirmar que mais de 90% dos casos de câncer do colo do útero poderiam ser evitados através da vacinação de crianças e adolescentes. Atualmente, a vacina contra o HPV está disponível nas unidades de saúde do SUS, oferecendo uma importante ferramenta na luta contra essa infecção comum e seus impactos na saúde pública.

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