O projeto visa modernizar o setor de varejo farmacêutico, criando uma experiência de compra mais integrada para o consumidor. De acordo com defensores da medida, como o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, essa iniciativa tem o potencial de ampliar o acesso à medicamentos e, em muitos casos, reduzir os preços, tornando tratamentos de saúde mais acessíveis à população. Padilha enfatizou que essa proposta representa uma “parceria importante” para a saúde pública, ao integrar esses serviços de forma mais eficiente na rotina dos cidadãos.
Entretanto, a proposta não passou sem controvérsias. Representantes de associações de farmácias expressaram preocupações quanto ao uso indiscriminado de medicamentos, temendo que a facilidade de acesso em supermercados possa resultar em riscos à saúde da população. Além disso, os impactos econômicos para as farmácias tradicionais também foram objeto de debate acirrado.
Diante das críticas, o relator do projeto, Humberto Costa (PT-PE), introduziu importantes emendas visando aumentar a segurança e a regulamentação da proposta. As alterações incluem exigências rigorosas, como a necessidade de espaços físicos separados para a venda de medicamentos e a utilização de embalagens lacradas para a comercialização de remédios controlados. Essas modificações foram vistas como um avanço significativo pela Federação Nacional dos Farmacêuticos, que analisou as revisões e considerou que o projeto, após as mudanças, se tornou “muito melhor” do que sua versão anterior.
Agora, com a aprovação na Comissão de Assuntos Sociais, o projeto segue para a Câmara dos Deputados, onde novos debates e análises deverão ocorrer antes de uma possível implementação que, se aprovada, poderá modificar o cenário da venda de medicamentos no Brasil. A questão permanece em aberto, com diferentes perspectivas em jogo, mas com um consenso crescente sobre a necessidade de modernização no acesso aos medicamentos.