Senado Aprova Diversas Medidas Importantes em Defesa dos Direitos das Mulheres e Contra a Violência de Gênero



O primeiro semestre no Senado foi notável pela sua intensa mobilização em torno das pautas femininas, principalmente através da atuação ativa da Bancada Feminina. Composta por 15 senadoras, essa bancada tem sido uma força significativa na proposição e análise de projetos voltados à defesa dos direitos das mulheres e no combate à violência de gênero. Entre os projetos aprovados está a Lei 14.887, de 2024, que sanciona a prioridade no atendimento social, psicológico e médico para mulheres vítimas de violência doméstica. Essa lei também garante a realização prioritária de cirurgias plásticas reparadoras para lesões decorrentes de agressões.

Outro destaque foi a Lei 14.847, de 2024, que assegura a criação de salas exclusivas de acolhimento para mulheres agredidas nos serviços de saúde conveniados ao Sistema Único de Saúde (SUS). Ainda no mesmo sentido, o Projeto de Lei 3.324/2023, que prioriza mulheres vítimas de violência doméstica com medidas protetivas no programa Bolsa Família, já seguiu para a Câmara dos Deputados.

Também foram aprovados pelo Plenário o projeto que amplia prazos para conclusão de cursos superiores para mães e pais estudantes, e a ampliação do período de licença-maternidade em casos de complicação no parto. Este último, o PL 386/2023, agora está em análise na Câmara dos Deputados.

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) também deu importantes passos ao aprovar uma proposta que reserva para mulheres 30% das vagas de membros titulares em conselhos de administração de estatais, a ser implementada gradualmente ao longo de três anos. A Comissão de Direitos Humanos e Legislação Participativa (CDH) avançou com um projeto que proíbe discriminação contra estudantes e pesquisadores gestantes, enquanto a Comissão de Assuntos Sociais (CAS) aprovou a criação do Dia Nacional de Conscientização sobre a Depressão Pós-parto.

Entre os temas mais polêmicos discutidos no semestre, destaca-se o Projeto de Lei 1.904/2024, que equipara aborto de gestação acima de 22 semanas a homicídio. Embora tenha obtido regime de urgência na Câmara, o projeto foi retirado de pauta após pressão popular. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, classificou o projeto como “irracional” e garantiu que, se vier para o Senado, será analisado pelas comissões sem urgência.

A mobilização contra a violência foi um tema constante. Em junho, a Bancada Feminina divulgou uma nota em solidariedade à ativista Maria da Penha, que sofreu ameaças online. A senadora Zenaide Maia destacou a importância da educação e conscientização para combater o machismo estrutural.

No âmbito internacional, a Bancada Feminina participou da 1ª Reunião das Mulheres Parlamentares do P20, evento destinado a promover a igualdade de gênero e a ampliação da participação política feminina.

O reconhecimento do Mapa Nacional da Violência de Gênero em premiação internacional foi outro ponto alto. Essa plataforma interativa, desenvolvida em parceria com o Instituto DataSenado e outras entidades, apresenta dados cruciais sobre a violência contra mulheres no Brasil.

Ainda, um banco vermelho gigante foi instalado no Senado em maio, como parte de uma campanha de conscientização sobre feminicídio. Essa iniciativa busca refletir sobre a alarmante estatística de violência contra mulheres, com 1.463 assassinatos registrados em 2023.

Além das senadoras, senadores também se engajaram nessa luta. O senador Nelsinho Trad apresentou um projeto que prevê a suspensão do pagamento de salários de agentes públicos investigados por violência doméstica. O senador Flávio Bolsonaro relatou um projeto aprovado que inclui o monitoramento eletrônico entre as medidas protetivas para vítimas de violência.

O senador Fabiano Contarato, por sua vez, pediu mais ações contra o racismo e destacou o sigilo das vítimas em processos de violência doméstica, assegurado pela Lei 14.857, de 2024, sancionada recentemente pelo presidente Lula.

A soma dessas iniciativas evidencia uma movimentação vigorosa do Senado, buscando legislar de forma a oferecer maior proteção e garantia dos direitos das mulheres e demais grupos vulneráveis.

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