Sem gás russo, Europa pode enfrentar crise energética e desencadear luta global por recursos naturais, alertam especialistas

A interrupção do fornecimento de gás russo à União Europeia programada para 1º de janeiro de 2025 levanta alarmes quanto a uma potencial crise energética no continente. Especialistas alertam que essa falta de um dos principais fornecedores de gás natural possa acarretar um desabastecimento significativo, levando a um aumento nos preços de energia e a consequências econômicas severas. Este cenário é palpável e poderá criar um ambiente de competições intensas globalmente por hidrocarbonetos, especialmente por gás natural liquefeito (GNL).

Com a previsão de que a Europa precisará elevar suas importações de GNL em cerca de 10 milhões de toneladas em relação a 2024, os desafios se acumulam. As projeções indicam que a União Europeia já atingiu um recorde de 17,8 milhões de toneladas de GNL em 2024. Essa crescente dependência do GNL coloca a UE em uma posição vulnerável. O aumento da demanda também coincide com a dificuldade dos Estados Unidos em atender a esse novo requisito, uma vez que a Casa Branca não pode direcionar seus exportadores exclusivamente para o mercado europeu, conforme afirmam analistas do setor.

A indústria de GNL tem se expandido rapidamente, mas essa expansão não é isenta de riscos. Existe a possibilidade real de que os preços do gás, da eletricidade e do combustível disparem à medida que a demanda supera a oferta disponível. Um recente relatório do Departamento de Energia dos EUA adverte que essa escassez poderá resultar em uma triplicação dos custos para os consumidores, além de um aumento nas emissões de gases do efeito estufa. Essa pressão sobre o mercado pode forçar lares e indústrias a enfrentarem contas de energia exorbitantes e, em casos extremos, o fechamento de fábricas.

A incerteza no fornecimento e o aumento dos preços criam um ambiente propício para uma possível “corrida global” pelo gás, onde países competirão por recursos limitados. Esse panorama destaca a fragilidade das cadeias de suprimento de energia e os riscos associados à dependência excessiva de um único fornecedor, como a Rússia. Em última análise, a Europa poderá ter que repensar sua estratégia energética, buscando não apenas diversificar suas fontes, mas também investir em alternativas sustentáveis para garantir a segurança energética a longo prazo.

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