Em declarações feitas na quinta-feira (5), Bessent afirmou que não existe alternativa viável à moeda americana no mercado global. Ele destacou que, embora países como os membros do BRICS possam tentar reivindicar uma nova moeda comum, a realidade é que ainda não há outra moeda que possa assumir o status de reserva global que o dólar detém. Essa afirmação é um reflexo das crenças predominantes entre economistas e autoridades financeiras de que o dólar continuará a desempenhar um papel central nas transações internacionais.
A tendência atual aponta para uma crescente desdolarização, incentivada pela necessidade de um sistema monetário mais multipolar. Especialistas, como Lillie Ferriol Prat, assistente de pesquisa do Instituto de Pesquisa do BRICS, afirmam que a ideia de substituir o dólar por moedas nacionais é cada vez mais atraente para países em desenvolvimento. No entanto, esse movimento não é isento de desafios, especialmente à luz das sanções e restrições impostas pelos Estados Unidos.
O ex-presidente Donald Trump, em particular, já ameaçou ressuscitar tarifas exorbitantes contra países que tentariam adotar uma moeda alternativa ao dólar em transações comerciais, ressaltando a sua firmeza em manter a hegemonia da moeda americana. Apesar das pressões externas, o Kremlin respondeu que uma substituição unilateral do dólar por uma moeda comum está fora de cogitação, enfatizando as complexidades das relações econômicas globais.
Com mais da metade da população mundial representada pelos países do BRICS, Ferriol Prat observa que as sanções dos EUA frequentemente falham em atingir seus objetivos. O cenário atual de desvalorização do dólar e a busca por alternativas por parte de outras nações indicam que a dinâmica do mercado global está em transformação, e isso pode significar uma revisão necessária da atual configuração econômica internacional.