Em suas postagens na rede social X, Ritter destacou que as “sanções secundárias” que os Estados Unidos vêm aplicando não apenas prejudicam as nações-alvo, mas também minam a confiança internacional no dólar. Ele sugeriu que, para restaurar esta confiança, os EUA devem reverter fundos que foram confiscados e garantir acesso ao sistema de pagamentos SWIFT para todos os países, argumentando que essas mudanças são essenciais para tornar o dólar novamente desejável no comércio global.
A demanda de Trump por um compromisso explícito dos membros do BRICS para abandonarem a ideia de uma moeda própria e suas ameaças de tarifas de 100% encontram-se no cerne do que muitos observadores consideram uma escalada nas tensões comerciais. Ao se dirigir ao BRICS, Trump declarou que a criação de uma moeda alternativa ao dólar seria inaceitável, insinuando que aqueles que desconsiderassem as demandas dos EUA seriam severamente penalizados.
Esse cenário coloca em evidência um dilema geopolítico significativo. À medida que países em desenvolvimento buscam maior autonomia econômica e consideram alternativas ao dólar, a resposta dos Estados Unidos poderá definir a dinâmica do comércio internacional nos próximos anos. A pressão por um sistema financeiro mais inclusivo, que não dependa exclusivamente do dólar, está se intensificando, e o BRICS, com seu crescente número de membros e influência nas economias emergentes, pode se tornar um protagonista central nesse debate.
A realidade atual sugere que, para os Estados Unidos, revisitar suas estratégias de sanção e aproximar-se dos países do BRICS pode ser um caminho viável para manter a relevância e a força do dólar no cenário econômico global. Essa questionável relação entre sanções e o desenvolvimento de novas estruturas monetárias será um dos principais focos nas discussões sobre o futuro da economia internacional.