A vacina contra o HPV será disponibilizada mediante apresentação de uma prescrição médica válida. Além disso, no caso de pacientes menores de 18 anos, será fundamental a apresentação de um documento que comprove o consentimento dos pais ou responsáveis legais.
De acordo com informações da pasta de Saúde, a papilomatose respiratória recorrente é uma enfermidade pouco comum, geralmente benigna, porém capaz de causar sérios impactos clínicos e psicológicos nas pessoas afetadas, independente da idade. A condição surge a partir da infecção pelo próprio HPV, especialmente pelos tipos 6 e 11, resultando na formação de verrugas, em muitos casos localizadas na região da laringe e com possibilidade de se expandirem para outras áreas do sistema respiratório.
O tratamento convencional para essa doença é cirúrgico, envolvendo a remoção das verrugas nas cordas vocais e na laringe. No entanto, mesmo com o uso de medicamentos complementares, as recorrências são frequentes, resultando em procedimentos cirúrgicos repetidos. Em situações mais graves, especialmente em crianças, as recidivas podem ser mais agressivas, impactando negativamente o prognóstico e tornando o tratamento oneroso, doloroso e muitas vezes ineficiente.
No Brasil, desde fevereiro, a estratégia de vacinação contra o HPV foi simplificada, passando a ser realizada em dose única, em substituição ao esquema anterior de duas doses. Essa mudança tem como objetivo fortalecer a proteção contra o câncer de colo do útero e outras complicações associadas ao vírus, incluindo a papilomatose respiratória recorrente.
A imunização contra o HPV no país é recomendada para meninos e meninas com idades entre 9 e 14 anos, vítimas de abuso sexual entre 15 e 45 anos que não foram previamente vacinadas, indivíduos vivendo com HIV, transplantados de órgãos sólidos e medula óssea, e pacientes oncológicos na faixa etária de 9 a 45 anos.
O Ministério da Saúde anunciou em março a incorporação de um teste inovador para detecção do HPV no sistema de saúde público, com a tecnologia de testagem molecular que permite uma detecção mais precisa do vírus e rastreamento do câncer de colo do útero, com a possibilidade de realização do teste a cada 5 anos. Essa medida foi avaliada pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec).
O HPV é reconhecido como a infecção sexualmente transmissível mais comum no mundo e o principal fator de risco para o desenvolvimento do câncer de colo do útero. Estima-se que cerca de 17 mil mulheres sejam diagnosticadas com essa condição todos os anos no Brasil. Mesmo sendo uma doença prevenível, o câncer de colo do útero continua sendo uma das principais causas de morte por câncer em mulheres, especialmente entre aquelas pertencentes a grupos étnicos minoritários e com menor acesso à educação formal.