SAÚDE – Sarampo: Criança e profissional de saúde testam positivo no Tocantins; vacinação emergencial é reforçada devido a surtos na Bolívia e risco de transmissão.

Em Campos Limpos, Tocantins, uma criança de apenas quatro anos e uma profissional de saúde de 29 anos foram diagnosticadas com sarampo. Ambas estavam sem vacinação e apresentaram os sintomas típicos da doença. De acordo com informações da Secretaria de Estado da Saúde, a menina teve contato recente com viajantes que vieram da Bolívia, onde atualmente há um surto de sarampo. Felizmente, ambas estão em recuperação em casa.

Para a confirmação dos casos, amostras de sangue foram encaminhadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), localizada no Rio de Janeiro. Até que o resultado seja oficial, esses casos permanecem sob investigação.

Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde mobilizou uma equipe técnica que se unirá à Secretaria de Saúde local para implementar ações de contenção. Isso inclui o monitoramento e isolamento das pessoas que tiveram contato com as infectadas e a intensificação da campanha de vacinação na região.

Caso os resultados das amostras confirmem as infecções, o Brasil terá, em 2023, um total de sete casos de sarampo, somando-se a notificações já registradas em outros estados como Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. Até o momento, todos os casos foram esporádicos e a transmissão interna não foi mantida, o que garante ao Brasil a certificação de país livre da doença, concedida pela Organização Panamericana de Saúde (Opas) no ano passado.

Entretanto, especialistas, como a presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações, alertam que o Brasil já havia conquistado essa certificação em 2016, mas perdeu em 2019, devido a surtos ligados à entrada de infectados da Venezuela e à queda nas taxas de vacinação. Os novos casos no Tocantins acendem um alerta, especialmente para estados que fazem fronteira com a Bolívia, enfatizando a importância da vacinação, especialmente nas áreas de risco.

No âmbito do continente americano, foram constatados mais de 7.000 casos de sarampo este ano, com mortes registradas em países como México e Estados Unidos. A presidente da Sbim ressalta que, apesar da vacina contra febre amarela ser obrigatória para a entrada em certos países, não há exigência de vacinação contra o sarampo. Isso representa um risco, já que viajantes desprotegidos podem retornar ao Brasil e espalhar o vírus.

Por fim, Mônica Levi enfatiza a importância de que todas as pessoas vacinem com a tríplice viral, que protege contra sarampo, caxumba e rubéola. A vacina deve ser administrada em duas doses para indivíduos até 29 anos e uma dose para adultos de 30 a 59 anos, sendo aplicada a crianças aos 12 e 15 meses de idade. Com uma cobertura vacinal ideal de 95%, o Brasil atingiu apenas 72,74% de conclusão do esquema vacinal este ano. O Tocantins apresenta números ainda mais preocupantes, com apenas 55% da população infantil recebendo a segunda dose. O estado se comprometeu a manter suas mais de 300 salas de vacinação abastecidas para garantir proteção à população.

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