SAÚDE – Sarampo: Criança e profissional de saúde testam positivo em Tocantins; casos alertam para a necessidade de vacinação e monitoramento em áreas de fronteira.

Recentemente, Campos Limpos, uma cidade localizada no estado do Tocantins, registrou dois casos positivos de sarampo, envolvendo uma criança de apenas quatro anos e uma profissional de saúde de 29 anos. Ambas as pacientes não estavam vacinadas e apresentaram sintomas clássicos da doença, encontrando-se em recuperação domiciliar. A criança, segundo informações da Secretaria de Estado da Saúde, teve contato com indivíduos que viajaram à Bolívia, onde um surto de sarampo está em curso. Para a confirmação das infecções, amostras de sangue foram enviadas à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), sediada no Rio de Janeiro, e os casos permanecem sob investigação.

Diante da gravidade da situação, o Ministério da Saúde decidiu enviar uma equipe técnica para colaborar com a Secretaria de Saúde do estado na implementação de medidas de bloqueio. Entre as ações estabelecidas estão o monitoramento e o isolamento das pessoas que tiveram contato com os infectados, além de um reforço na campanha de vacinação da região.

Caso as confirmações das infecções sejam definitivas, o Brasil atingirá a marca de sete casos de sarampo registrados em 2023. Os demais foram identificados em estados como o Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul. No entanto, a boa notícia é que, mesmo com a notificação desses casos, a transmissão interna e sustentada da doença não foi observada, o que permite ao Brasil manter a certificação como país livre do sarampo, concedida pela Organização Panamericana da Saúde (Opas) em 2022.

É importante lembrar que o Brasil já havia recebido essa certificação em 2016, mas perdeu o status em 2019 após a entrada de cidadãos infectados da Venezuela, o que se agravou pela queda das taxas de vacinação. Mônica Levi, presidente da Sociedade Brasileira de Imunizações (SBIM), ressalta que é essencial manter a vigilância nos estados que fazem fronteira com países onde o sarampo é um risco, como a Bolívia.

Marcos de preocupação foram destacados, uma vez que, apenas em 2023, mais de 7.132 casos de sarampo foram confirmados em toda a Região das Américas, com óbitos registrados em várias nações. Explanações sobre os riscos em viagens internacionais foram apresentadas, evidenciando que não existem exigências vacinais rigorosas para entrada em alguns países em surtos, como o Canadá, colocando viajantes em potencial risco de infecção e posterior transmissão ao retornar ao Brasil.

Mônica enfatiza a importância da vacinação tríplice viral, que protege contra o sarampo, caxumba e rubéola, especialmente para aqueles que não têm certeza de sua imunização anterior. O ideal é que a cobertura vacinal se mantenha acima de 95%. Neste ano, o Brasil alcançou 91,74% na primeira dose para o público infantil, mas apenas 72,74% completaram a vacinação. No Tocantins, os números são ainda mais alarmantes, com apenas 86% na primeira dose e 55% na segunda.

O governo estadual assegura que há vacinas disponíveis em mais de 300 postos de saúde em todo o estado e que a situação é semelhante em outras regiões do país, reforçando assim a importância de um olhar atento às taxas de imunização para garantir a saúde coletiva e evitar surtos futuros.

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