Os números apresentados pela pesquisa são alarmantes, pois apesar de 15% dos entrevistados apontarem as doenças do coração como uma de suas principais preocupações, cerca de 46% nunca realizaram consultas preventivas com um cardiologista. Entre os grupos que menos realizam avaliações cardíacas estão os jovens entre 16 e 24 anos, com um índice de 68%, seguidos por 56% dos entrevistados com idades entre 25 e 48 anos.
Além disso, a pesquisa apontou uma relação entre os níveis de renda e a falta de cuidado com o coração. Indivíduos com renda mais baixa, de até um salário mínimo, são os que menos buscam atendimento médico especializado, com 56% deles nunca tendo consultado um cardiologista.
Um dos casos que ilustra a importância dos cuidados com a saúde cardiovascular é o do aposentado José Carlos Mazzali, de 74 anos, que sofreu dois infartos sem nunca ter realizado uma consulta ao cardiologista anteriormente. Após os episódios, Mazzali segue um tratamento regular no Instituto do Coração (Incor), com consultas periódicas e exames de acompanhamento.
A médica cardiologista Fernanda Weiler ressalta a importância das consultas regulares a partir dos 40 anos, especialmente para indivíduos com histórico familiar de problemas cardíacos, colesterol alto ou pressão elevada. Segundo a profissional, as doenças cardiovasculares são a principal causa de mortalidade no Brasil e no mundo, e a falta de consultas regulares pode resultar em complicações graves, como infartos e AVCs.
A pesquisa, realizada com 2.030 moradores de São Paulo, reforça a necessidade de conscientização e cuidados preventivos em relação às doenças do coração. É fundamental que a população esteja atenta à sua saúde cardiovascular, buscando acompanhamento médico regular e adotando hábitos de vida saudáveis.