Esta decisão foi tomada após o registro de casos de mpox fora da República Democrática do Congo, onde as infecções vêm aumentando de forma preocupante nos últimos dois anos. O agravamento da situação foi atribuído a uma mutação do vírus que facilitou a transmissão entre humanos, além do aparecimento de casos suspeitos na província de Kivu do Norte, no Congo. Tedros informou que o comitê será composto por especialistas independentes de várias áreas relevantes e de diferentes partes do mundo, e se reunirá o mais rapidamente possível.
A mpox é uma doença zoonótica viral, com transmissão para humanos ocorrendo através do contato com animais silvestres infectados, pessoas contaminadas pelo vírus ou materiais contaminados. Os sintomas comuns da doença incluem erupções cutâneas ou lesões de pele, inchaço dos linfonodos, febre, dores no corpo, dor de cabeça, calafrios e fraqueza geral. As lesões podem variar de planas a levemente elevadas, contendo líquido claro ou amarelado, eventualmente formando crostas que secam e caem. A distribuição das lesões costuma ser mais concentrada no rosto, nas palmas das mãos e nas plantas dos pés, mas também pode afetar outras partes do corpo, incluindo a boca, olhos, órgãos genitais e ânus.
De acordo com Médicos Sem Fronteiras, o tratamento da mpox requer suporte para controlar os sintomas e prevenir complicações adicionais. A maioria dos pacientes se recupera dentro de um mês, mas a doença pode ser fatal se não tratada adequadamente. Na República Democrática do Congo, por exemplo, mais de 479 pessoas morreram desde o início do ano devido a uma cepa com alta taxa de mortalidade.
Em maio de 2023, a OMS alterou o status da mpox, assim como fez com a covid-19, declarando que a doença não configurava mais uma emergência de saúde pública de importância internacional. No entanto, Tedros Adhanom enfatizou que o fim da emergência não significa o fim do trabalho necessário para combater a mpox. Ele destacou a continuidade dos desafios de saúde pública apresentados pela doença e a necessidade de uma resposta robusta, proativa e sustentável por parte das autoridades de saúde.
Os casos relacionados a viagens registrados em diversas regiões do mundo mostram que a ameaça da mpox persiste. Há um risco particular para pessoas que convivem com infecção por HIV não tratada. Tedros sublinhou a importância de que os países mantenham sua capacidade de teste, avaliem continuamente os riscos, quantifiquem as necessidades de resposta e ajam prontamente quando necessário. A vigilância e prontidão são cruciais para evitar uma nova onda de disseminação internacional da mpox.