De acordo com o delegado André Neves, as investigações apontaram para uma negligência na verificação da validade dos reagentes utilizados nos exames. Os reagentes são produtos químicos responsáveis por reagir com o sangue contaminado e indicar a presença do vírus. Caso esses insumos estejam vencidos, podem ser ineficazes na detecção do HIV, resultando em um falso negativo nos exames.
Neves também destacou que a redução de custos e o aumento do lucro foram os principais motivos por trás da negligência. Segundo o delegado, a análise diária dos reagentes foi reduzida para semanal a partir de dezembro, a fim de diminuir os gastos do laboratório. No entanto, essa medida aumentou significativamente o risco de erros nos exames, colocando em xeque a segurança dos testes realizados.
O titular da Delegacia do Consumidor, Wellington Oliveira, revelou que outras hipóteses estão sendo investigadas, incluindo a emissão de laudos falsos. A Polícia Civil realizou 11 mandados de busca e apreensão e dois de prisão na última segunda-feira (14), sendo um dos alvos Walter Vieira, um dos sócios do laboratório, e um técnico. Dois outros indivíduos alvos de mandados de prisão estão foragidos, segundo Oliveira.
Em resumo, a investigação apontou para a quebra do controle de qualidade no laboratório PCS Labs, com o objetivo de aumentar o lucro, negligenciando a segurança dos testes realizados e colocando em risco a saúde dos pacientes submetidos a transplantes de órgãos infectados com o vírus HIV.