De acordo com a entidade, a falta de observação dos critérios definidos por autoridades médicas e sanitárias em mutirões como o de Parelhas priva os pacientes da segurança necessária nesse tipo de procedimento. Experiências anteriores em Rondônia e no Amapá mostram que a ocorrência de casos de infecção em mutirões de cirurgia ocular não é um evento isolado. Diante disso, o CBO disponibilizou o Guia de Mutirões de Cirurgia Oftalmológica, elaborado com base em protocolos clínicos e normas aprovadas pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) e pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
O Guia oferece uma série de recomendações para evitar novos casos graves de infecção durante mutirões oftalmológicos. Entre as orientações, está a realização preferencial desses procedimentos em estabelecimentos com histórico na prestação desse tipo de serviço. Além disso, é destacada a importância de equipes médicas qualificadas e do acompanhamento dos pacientes por até 30 dias após a cirurgia, com comunicação imediata à vigilância sanitária em casos de eventos adversos.
O CBO também contraindica o atendimento oftalmológico em unidades móveis ou estabelecimentos não hospitalares adaptados em mutirões, reforçando a responsabilidade dos médicos no cumprimento das normas sanitárias. Os pacientes e seus acompanhantes também são orientados a participar ativamente do processo, fazendo perguntas e se informando sobre os procedimentos e cuidados pós-operatórios.
Em caso de sintomas adversos após a cirurgia, o CBO recomenda que os pacientes comuniquem imediatamente um profissional de saúde ou retornem ao serviço onde o procedimento foi realizado. A atenção e cuidados durante todo o processo são fundamentais para a segurança e o bem-estar dos pacientes em mutirões oftalmológicos.