O método Wolbachia consiste na liberação de mosquitos geneticamente modificados, contendo a bactéria Wolbachia, para se reproduzirem com os Aedes aegyptis locais. Dessa forma, uma nova população de insetos não transmissores de arboviroses é formada, reduzindo significativamente a incidência dessas doenças. Karlos Diogo de Melo, líder de Relações Institucionais e Governamentais do World Mosquito Program no Brasil, ressaltou a eficácia desse método em outros países, como Indonésia, Austrália, Vietnã e Colômbia, onde houve reduções expressivas nos casos de dengue.
No Brasil, o método Wolbachia já foi testado com sucesso em cidades como Niterói e Petrolina, onde houve quedas significativas nos casos de dengue, zika e chikungunya. A implementação desse projeto nos municípios banhados pelo Rio Paraopeba representa uma esperança adicional na luta contra as arboviroses, mas, segundo o biólogo Karlos Diogo de Melo, é essencial que as autoridades locais considerem essa estratégia como complementar e não substituta de outras medidas preventivas, como vacinação e controle de criadouros do mosquito Aedes aegypti.
É importante ressaltar que a participação ativa da população e a colaboração entre governo, sociedade e iniciativa privada são fundamentais para o sucesso desse projeto. Mais de 80 cidades já manifestaram interesse em aderir a parcerias para implementação do método Wolbachia. A eficácia desse projeto dependerá do engajamento de todos os envolvidos, pois, como ressaltou Karlos Diogo de Melo, se cada um não fizer a sua parte, a batalha contra as arboviroses não será vencida.