SAÚDE – Ministério da Saúde Lança Campanha Nacional para Aumentar Doação de Órgãos e Enfrentar Recusas de Famílias, Que Chegam a 45% no Brasil

Na última quinta-feira, 25 de julho, o Ministério da Saúde deu início a uma nova campanha em São Paulo com o objetivo de incentivar a doação de órgãos no Brasil. Esta ação surge em resposta a um grave desafio enfrentado pelo país: a recusa familiar, que ainda atinge alarmantes 45% dos casos. A iniciativa busca reverter esse cenário, ressaltando a importância da doação e o impacto positivo que ela pode ter na vida de milhares de pessoas que aguardam por um transplante.

O ministro da Saúde, Alexandre Padilha, participou do lançamento da campanha no Hospital do Rim, destacando que a principal mensagem é a segurança e a seriedade do Programa Nacional de Transplantes, reconhecido mundialmente. Ele esclareceu que os profissionais de saúde envolvidos neste processo recebem treinamento rigoroso e operam dentro de um sistema integrado e seguro. A afirmação reforça que não há lugar para a venda ou tráfico de órgãos no Brasil, um ponto crítico na tentativa de gerar confiança nas famílias.

Padilha enfatizou a relevância de se comunicar sobre a intenção de ser doador enquanto ainda se está vivo, uma estratégia necessária para minimizar as negativas familiares. Segundo o médico José Medina Pestana, do Hospital do Rim, a insegurança das famílias, em muitos casos, provém da falta de conversa sobre o tema com o falecido. O ministro também observou que barreiras culturais e religiosas têm diminuído, com grupos como as Testemunhas de Jeová aceitando a doação de órgãos.

O evento ainda marcou a assinatura de uma portaria que institui pela primeira vez uma Política Nacional de Doação e Transplantes desde a criação do sistema em 1997. Esta política visa estruturar princípios e diretrizes do Sistema Nacional de Transplantes, priorizando ética, transparência e acesso gratuito pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Notavelmente, a nova política inclui regulamentações que possibilitam transplantes de intestino delgado e multivisceral, agora cobertos pelo SUS, além do uso da membrana amniótica para tratamento de queimaduras.

Atualmente, o Brasil é o terceiro país no mundo em número absoluto de transplantes, atrás apenas dos Estados Unidos e da China, e lidera em procedimentos realizados por um sistema público. Somente no primeiro semestre desse ano, foram realizados quase 15 mil transplantes, um aumento significativo que poderia ser ainda maior se a recusa familiar não fosse tão predominante. Com mais de 80 mil pessoas aguardando transplantes, o Ministério da Saúde vê a campanha como uma oportunidade crucial para sensibilizar a população quanto à importância e ao impacto humano da doação de órgãos.

A nova campanha será lançada oficialmente em setembro, em homenagem ao Dia Nacional da Doação de Órgãos, celebrado no dia 27. A mensagem central é clara: “Doação de Órgãos. Você diz sim, o Brasil inteiro agradece. Converse com a sua família, seja um doador.” Essa frase resume o apelo do governo para que todos reflitam sobre a doação de órgãos e compartilhem essas intenções com seus familiares, promovendo a solidariedade e a vida.

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