SAÚDE – Lesões nos olhos causadas por pomadas capilares preocupam autoridades de saúde durante as festas de fim de ano.


No fim do ano, muitas pessoas costumam investir em uma nova aparência, seja com roupas novas, acessórios, cosméticos e outros itens de beleza. No entanto, a preocupação com o uso de pomadas para modelar ou fixar o cabelo tem aumentado consideravelmente. Durante o ano de 2023, foram registrados diversos relatos de lesões nos olhos causadas por produtos desse tipo. O caso mais recente ocorreu no Rio de Janeiro, logo após o Natal, resultando em 163 atendimentos de emergência no Hospital Municipal Souza Aguiar, sendo 81 deles relacionados ao uso de pomadas.

Com a proximidade do Réveillon, há um receio de que os números de lesões oculares aumentem durante as celebrações. Diante disso, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) emitiu um alerta sobre os possíveis problemas de saúde ocasionados pela aplicação incorreta de cosméticos ou pelo uso de produtos sem selo de qualificação. Além disso, a Sociedade Brasileira de Oftalmologia (SBO) está atenta ao aumento de incidentes que afetam a saúde ocular.

As pomadas irregulares contêm substâncias químicas que, ao entrar em contato com os olhos, provocam lesões na córnea, como explica o diretor da SBO, Rodrigo Pegado. Os sintomas relatados incluem coceira, vermelhidão, irritação, ardência e inchaço. Nos casos mais graves, a visão pode ficar turva, chegando ao ponto de perda temporária da visão.

A orientação dos especialistas é evitar o uso de pomadas de origem desconhecida e, se possível, conferir se possuem registro no site da Anvisa. Em caso de contaminação nos olhos, é recomendado lavar abundantemente com água e procurar imediatamente um oftalmologista para o tratamento adequado.

Além disso, a Anvisa cancelou 1.266 pomadas para fixar ou modelar cabelos e, antes disso, 1.741 pomadas já tinham sofrido o mesmo cancelamento. A resolução da Anvisa visa garantir a segurança dos produtos e proibir sua comercialização. As pomadas capilares regulamentadas devem atender a critérios específicos, como ter a forma física declarada como “pomada”, incluir o termo “pomada” no nome ou rotulagem e ter formulação com 20% ou mais de álcoois etoxilados.

Os casos de contaminação por pomadas para cabelo não são novidade, visto que no início do ano o problema já se manifestou e resultou na proibição da venda e circulação desses produtos. Em março, a Anvisa permitiu a comercialização das pomadas, mas com restrições relacionadas às marcas que ofereciam riscos aos consumidores.

A Anvisa está atuando em conjunto com os órgãos de saúde do Rio de Janeiro para entender a natureza e extensão do problema. O objetivo é adotar as medidas necessárias para proteger a saúde pública e responder rapidamente aos riscos identificados. A agência reforça que apenas os produtos presentes na Lista de Pomadas Autorizadas podem ser fabricados e comercializados, e a não observância da norma configura infração sanitária sujeita a penalidades.

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