SAÚDE – Justiça autoriza quebra de sigilo em caso de pacientes infectados com HIV após transplantes no Rio de Janeiro. Investigação em andamento.



A Justiça do Rio de Janeiro tomou uma decisão importante neste domingo (13) ao autorizar a quebra do sigilo de dados eletrônicos e de mensagens dos envolvidos no caso de infecção por HIV em pacientes que receberam transplantes na rede de saúde estadual. A juíza Flavia Fernandes de Melo, responsável pela decisão, determinou que as investigações incluam a análise de aparelhos eletrônicos, mensagens, e-mails, conversas em aplicativos de bate-papo, entre outros.

O caso envolve o laboratório PCS Lab Saleme, localizado em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, que está sendo investigado por ter emitido laudos falsos sobre a condição de dois doadores de órgãos, que estavam infectados com o vírus HIV. Como resultado, seis pacientes que receberam órgãos desses doadores foram também infectados. Sete pessoas, entre sócios e funcionários do laboratório, estão sendo investigadas.

Ao cumprir mandados de busca e apreensão e prisão, a Polícia Civil deteve Walter Vieira, sócio do laboratório, e um técnico, enquanto outros dois alvos de prisão estão foragidos. O delegado André Neves, responsável pela investigação, apontou negligência na checagem da validade dos reagentes utilizados nos exames de HIV, o que levou a resultados falso negativos.

Segundo Neves, a motivação por trás da falha nos exames foi a redução de custos e o aumento do lucro do laboratório. Um dos sócios do PCS Lab Saleme alegou falha humana na transcrição dos resultados dos testes de HIV, indicando possíveis erros no processo.

A gravidade do caso levou o Ministério da Saúde a determinar a suspensão dos serviços do laboratório e a instalação de uma auditoria urgente no sistema de transplantes do Rio de Janeiro. Além disso, medidas estão sendo tomadas para apurar possíveis irregularidades na contratação do laboratório.

A decisão da Justiça e as ações da Polícia Civil demonstram a seriedade com que o caso está sendo tratado, visando garantir a justiça para os pacientes infectados e evitar que situações semelhantes ocorram no futuro. A investigação continua em andamento para apurar todas as circunstâncias que levaram a essa grave situação.

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