O programa é voltado para 25 meninas cis ou trans que se autodeclarem negras, com idades entre 15 e 19 anos. Delas, três vagas são destinadas a participantes com deficiência. Para se inscrever, as candidatas devem estar matriculadas em escolas públicas do 1º ou 2º ano do ensino médio, incluindo as modalidades regular, técnico integrado ou Educação de Jovens e Adultos (EJA). Além disso, é necessário residir nas comunidades de Manguinhos, Maré, Jacarezinho, Complexo do Alemão ou São Cristóvão, todas localizadas na zona norte do Rio de Janeiro.
A escolha desse público específico se justifica pelo contexto de vulnerabilidade social e pela falta de representatividade de jovens negras nas ciências. O projeto busca abrir portas para que essas meninas possam vivenciar e explorar suas capacidades em ambientes acadêmicos e profissionais que, muitas vezes, as ignoram. As atividades programadas incluem rodas de conversa, cine-debates, palestras e visitas a laboratórios de pesquisa e centros culturais. A culminância do programa será um evento sociocultural que destacará as experiências e aprendizados adquiridos ao longo dos dez meses.
Além das atividades educacionais, o programa garante a permanência das participantes ao oferecer tablets e uma bolsa durante o período, assegurando que possam participar integralmente das atividades, tanto presenciais quanto online. Hilda Gomes, coordenadora de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da Fiocruz, expressou otimismo em relação a esta edição do projeto, ressaltando a importância de construir uma rede de colaboração entre cientistas negras e as jovens participantes.
Criado em 2017, “Meninas Negras na Ciência” já impactou mais de mil pessoas por meio de suas ações, sempre buscando valorizar a diversidade e estimular a inovação científica. A iniciativa, que tem se mostrado um importante veículo de transformação social, reforça a relevância do fortalecimento do protagonismo entre as juventudes negras, promovendo não apenas inclusão, mas também igualdade de oportunidades em um campo repleto de desafios. A Coordenação de Equidade, Diversidade, Inclusão e Políticas Afirmativas da Fiocruz é fundamental nesse processo, visando uma sociedade mais justa e representativa, capaz de abraçar a pluralidade e combater as diversas formas de violência e discriminação existentes.