Embora o câncer do canal anal seja considerado raro, representando cerca de 2% dos tumores que afetam a região do intestino grosso, reto e ânus, os números são preocupantes. Segundo Helio Moreira, membro titular da Sociedade Brasileira de Coloproctologia, a incidência deste tipo de câncer vem aumentando a uma taxa de 4% ao ano. Ele aponta dois fatores principais para esse aumento: a diminuição do estigma associado ao sexo anal e o aumento da expectativa de vida de pessoas com HIV.
A proteção durante a prática sexual e a vacinação contra o HPV são medidas fundamentais de prevenção. A vacina quadrivalente oferecida pelo Sistema Único de Saúde é indicada para meninas e meninos entre 9 e 14 anos, com o objetivo de garantir uma maior efetividade antes do início da vida sexual. Além disso, pessoas com HIV, transplantados, vítimas de violência sexual e usuários de Profilaxia Pré-Exposição também estão no público-alvo da vacinação.
O câncer de pênis é outra doença associada ao HPV, com mais de 4,5 mil mortes e cerca de 22 mil internações registradas nos últimos dez anos no Brasil. A prevenção deste tipo de câncer envolve uma boa higiene genital e a vacinação contra o HPV. A identificação de verrugas na região genital também é essencial, pois podem ser indicativos do vírus e do desenvolvimento de um tumor.
A vacinação com altas coberturas é apontada como a forma mais garantida de evitar a propagação do vírus. É importante ressaltar que a maioria das infecções por HPV é assintomática e pode ser transmitida pelo contato com as mucosas infectadas, mesmo sem penetração. Portanto, a conscientização sobre a importância da prevenção e da vacinação é fundamental para combater esses tipos de câncer associados ao HPV.
