Segundo dados do ministério, entre 2017 e 2021, as doenças determinadas socialmente foram responsáveis pela morte de mais de 59 mil pessoas no Brasil. A meta é eliminar doenças como malária, doença de Chagas, tracoma, filariose linfática, esquistossomose, oncocercose, geo-helmintíase, além de infecções de transmissão vertical, como sífilis, hepatite B, HIV e HTLV, bem como reduzir a transmissão da tuberculose, hanseníase, hepatites virais e HIV/aids.
O programa conta com a participação de 14 ministérios, que atuarão em frentes como enfrentamento da fome e da pobreza, ampliação dos direitos humanos, proteção social para populações e territórios prioritários, qualificação de trabalhadores, movimentos sociais e sociedade civil, além de ampliação de ações de infraestrutura e de saneamento básico e ambiental.
O governo identificou 175 municípios como prioritários por possuírem altas cargas de duas ou mais doenças e infecções determinadas socialmente. Além disso, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, ressaltou que as doenças determinadas socialmente não são causadas pela pobreza, mas pela desigualdade. O diretor-geral da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas), Jarbas Barbosa, classifica o programa como ambicioso e destaca a importância do envolvimento dos movimentos sociais.
O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, também presente no evento, considerou a iniciativa muito importante e destacou o papel dos movimentos sociais. “Vão dar energia a esse plano”, disse Adhanom. “Não pode ser feito somente pelo governo”, completou. “Este plano é audacioso. Realmente audacioso. Meu tipo de plano favorito”, brincou. O programa Brasil Saudável contará com ações articuladas entre diferentes ministérios, visando atingir populações mais vulneráveis e fortalecer a infraestrutura e o sistema de saúde do país.