A Fundação para o Desenvolvimento Científico e Tecnológico em Saúde (Fiotec) é responsável pela criação da nova vacina. Os recursos disponibilizados pelo BNDES visam custear o desenvolvimento experimental do imunizante, a produção de lotes piloto para ensaios clínicos e a realização dos estudos clínicos de Fase 1. Este projeto busca demonstrar a segurança do uso do imunizante em seres humanos, com a expectativa de disponibilizá-lo no Sistema Único de Saúde (SUS) dentro de 3 anos.
A tecnologia de RNAm é considerada uma revolução na medicina, comprovando sua eficácia no combate à Covid-19 e se mostrando potencialmente mais segura, rápida e eficiente para o desenvolvimento de novas vacinas e tratamentos. Na avaliação de Patrícia Cristina Neves, líder científica e gerente de projeto da Fiocruz, a principal vantagem dessa tecnologia é a sua produtividade em comparação com as vacinas tradicionais.
O investimento na vacina de RNAm da Fiocruz contribui para aumentar a autonomia do Brasil na área de saúde, representando um projeto estratégico para o país. Além disso, há o acordo da Fiocruz com a Organização Mundial da Saúde (OMS) para transferir a tecnologia para a produção da vacina contra a Covid-19 para países da América Latina e do Caribe.
Os pesquisadores responsáveis pelo desenvolvimento da plataforma de RNAm na Fiocruz já analisam a possibilidade de sua aplicação em vacinas preventivas para outras doenças, como raiva, influenza, zika, HIV, malária, tuberculose, citomegalovírus, e vírus respiratório sincicial, além de em aplicações terapêuticas para tratamento de câncer, doenças genéticas raras, alergias e doenças autoimunes.
Com todas essas perspectivas e avanços, a Fiocruz caminha para se tornar o principal centro para o desenvolvimento e produção de vacinas de RNAm na América Latina, o que representa um grande avanço e destaque para a saúde brasileira.