O documento, redigido pelo Centro de Estudos sobre Tabaco e Saúde da Fiocruz, mencionou o alinhamento da instituição com as diretrizes da Organização Mundial da Saúde (OMS), do Instituto Nacional de Câncer (INCA) e de entidades médicas e da sociedade civil brasileira, que alertam para os diversos riscos à saúde associados ao uso dos cigarros eletrônicos. A OMS, por exemplo, destacou os danos respiratórios, cardiovasculares e potenciais efeitos neurotóxicos causados por esses dispositivos, levantando preocupações sobre seus impactos a longo prazo na saúde pública.
Além disso, a Fiocruz criticou as estratégias de marketing adotadas pelos fabricantes de DEF, que tendem a atrair um público mais jovem, apesar de alegarem que seus produtos são voltados apenas para fumantes adultos. A instituição apontou para a publicidade em mídias sociais e o patrocínio de eventos como exemplos dessas estratégias de marketing direcionadas aos consumidores mais jovens, o que os expõe a riscos significativos à saúde.
Na carta enviada ao Senado, a Fiocruz ressaltou que os DEF aumentam o risco de dependência à nicotina e expõem os usuários a substâncias cancerígenas, como nitrosaminas, formaldeído, acetaldeído, amônia, benzeno e metais pesados. Além disso, os cigarros eletrônicos contêm solventes e uma variedade de aromatizantes e saborizantes que podem atrair crianças e jovens, incentivando a experimentação precoce e a rápida dependência da nicotina.
Diante desses argumentos, a Fiocruz mostrou sua posição contrária à liberação dos cigarros eletrônicos no Brasil e destacou a importância de priorizar a proteção da saúde pública ao avaliar o Projeto de Lei 5008, adiado para votação futura no Congresso Nacional.