SAÚDE – Estudo aponta que vítimas de violência têm alto risco de internação psiquiátrica, especialmente crianças e adolescentes de baixa renda.

Um estudo realizado pela Fiocruz Bahia em parceria com a Universidade de Harvard apontou que crianças, adolescentes e jovens de baixa renda, vítimas de violência, têm um risco cinco vezes maior de precisar de internação psiquiátrica. Em casos envolvendo apenas crianças, esse risco aumenta para sete vezes. As taxas de hospitalização também apresentaram uma grande disparidade, com jovens vítimas de violência interpessoal apresentando uma taxa de 80,1 internações por 100 mil pessoas ao ano, enquanto os não vítimas registraram 11,67 internações por 100 mil.

O estudo utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, observando mais de 9 milhões de pessoas de baixa renda, com idades entre 5 e 24 anos, entre os anos de 2011 e 2019. A pesquisa identificou cerca de 5,8 mil casos de internações por transtornos mentais nesse período.

Segundo Lidiane Toledo, pesquisadora associada ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, a notificação prévia de violência foi o fator principal associado ao risco de internação psiquiátrica em todas as faixas etárias. Ela destacou que jovens em condições socioeconômicas desfavoráveis apresentaram um maior risco de internação.

Toledo ressaltou a importância de abordagens focadas na prevenção da violência nas escolas, comunidades e famílias, incluindo programas que ensinem habilidades parentais positivas e responsáveis, assim como habilidades sociais para lidar com situações de raiva, conflito e desafios. Além disso, apontou a necessidade de intervenções para romper o ciclo da pobreza.

A pesquisadora salientou que o acompanhamento de longo prazo das vítimas de violência é essencial, pois o estresse psíquico causado por essas experiências pode gerar repercussões negativas, como a deterioração da saúde mental ao longo da vida. Portanto, o acolhimento imediato e o suporte contínuo são fundamentais para garantir o bem-estar e a saúde mental dessas pessoas.

Jornal Rede Repórter - Click e confira!


Botão Voltar ao topo