O estudo utilizou dados do Sistema de Informações Hospitalares e do Sistema de Informação de Agravos de Notificação, observando mais de 9 milhões de pessoas de baixa renda, com idades entre 5 e 24 anos, entre os anos de 2011 e 2019. A pesquisa identificou cerca de 5,8 mil casos de internações por transtornos mentais nesse período.
Segundo Lidiane Toledo, pesquisadora associada ao Centro de Integração de Dados e Conhecimentos para Saúde da Fiocruz Bahia, a notificação prévia de violência foi o fator principal associado ao risco de internação psiquiátrica em todas as faixas etárias. Ela destacou que jovens em condições socioeconômicas desfavoráveis apresentaram um maior risco de internação.
Toledo ressaltou a importância de abordagens focadas na prevenção da violência nas escolas, comunidades e famílias, incluindo programas que ensinem habilidades parentais positivas e responsáveis, assim como habilidades sociais para lidar com situações de raiva, conflito e desafios. Além disso, apontou a necessidade de intervenções para romper o ciclo da pobreza.
A pesquisadora salientou que o acompanhamento de longo prazo das vítimas de violência é essencial, pois o estresse psíquico causado por essas experiências pode gerar repercussões negativas, como a deterioração da saúde mental ao longo da vida. Portanto, o acolhimento imediato e o suporte contínuo são fundamentais para garantir o bem-estar e a saúde mental dessas pessoas.