Os resultados do estudo, publicado na renomada revista científica The Lancet Regional Health – Americas, apontam que no último biênio analisado, 27,3% das mulheres tiveram que se deslocar para outra cidade a fim de dar à luz em hospitais do Sistema Único de Saúde (SUS). Esse percentual representou um aumento em relação ao período anterior, onde 23,6% das mulheres precisaram se deslocar.
Além disso, o estudo identificou um aumento tanto na distância percorrida pelas gestantes quanto no tempo de viagem. O deslocamento médio passou de 54 km para 70,8 km, enquanto a duração média das viagens aumentou de 63,1 minutos para 84,3 minutos. Esses dados ressaltam a dificuldade de acesso aos hospitais, o que pode ter impactos negativos na saúde das gestantes e dos bebês.
A pesquisa contou com a participação de instituições de renome, como a Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) e a Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ). Os dados foram obtidos a partir de informações do Sistema de Informações Hospitalares (SIH) do SUS.
Segundo a coordenadora do estudo, Bruna Fonseca, é fundamental enfrentar os desafios para promover o acesso adequado a uma rede obstétrica regionalizada. Ela ressalta a importância de políticas que levem em consideração a heterogeneidade das regiões do Brasil, a fim de garantir um acesso equitativo e seguro ao parto hospitalar.
O estudo também destacou que mulheres que enfrentaram complicações durante o parto viajaram distâncias e tempos maiores para dar à luz no SUS. Esses dados reforçam a necessidade de políticas públicas mais abrangentes e eficazes que garantam o acesso universal e equitativo aos serviços de saúde obstétrica.
Diante dessas informações, fica evidente a importância de se investir em estratégias que possam reduzir as desigualdades no acesso ao parto hospitalar no Brasil, garantindo assim uma assistência adequada e segura às gestantes e aos recém-nascidos.