O estudo, intitulado “Proporção de fumantes entre gestantes no Brasil em 2013 e 2019: não era o que esperávamos quando elas estavam esperando”, foi publicado na revista Nicotine & Tobacco Research e apontou que as mulheres com menos de 25 anos e com baixa escolaridade foram as que apresentaram maior proporção de fumantes grávidas em 2019 em comparação com as não grávidas.
Szklo ressaltou a importância de retomar iniciativas eficazes para reduzir o uso do tabaco e promover a cessação do tabagismo no Brasil, como o aumento de preços e impostos sobre produtos derivados do tabaco. Além disso, o pesquisador destacou que as gestantes em 2019 utilizavam ou haviam experimentado dispositivos eletrônicos para fumar (vapes) em uma proporção 50% maior do que as não grávidas, o que reflete o impacto do marketing da indústria do tabaco.
O estudo também revelou que a maioria das gestantes fumantes vivia em locais onde era permitido fumar, e o uso de dispositivos eletrônicos nessas residências superou significativamente a proporção observada em ambientes livres do fumo. Esses dados evidenciam a influência dos dispositivos eletrônicos na manutenção da dependência à nicotina durante a gestação.
Diante dessas constatações, Szklo enfatizou a importância de monitorar o uso do tabaco durante a gravidez para alcançar os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável das Nações Unidas, especialmente no que se refere à saúde e bem-estar das futuras gerações. O estudo foi divulgado no Instituto Nacional de Câncer em celebração ao Dia Nacional de Combate ao Tabagismo e contou com a participação de especialistas que alertaram sobre os riscos associados ao tabagismo, tanto para as gestantes quanto para as crianças expostas ao fumo passivo.
Em uma entrevista, o diretor do Inca, Roberto Gil, ressaltou a gravidade do tabagismo, que mata milhões de pessoas em todo o mundo anualmente, enquanto a pneumologista do Instituto Nacional Fernandes Figueira, Patrícia Barreto, destacou a importância da prevenção do tabagismo, que continua sendo uma ameaça para a saúde pública, especialmente entre a população feminina e jovem. Ainda que o Brasil tenha registrado uma queda histórica no número de fumantes, é fundamental continuar implementando medidas eficazes para combater o tabagismo e proteger a saúde das futuras gerações.