O instrumento em questão consiste em um questionário composto por 14 perguntas, que pode ser aplicado pelo profissional de saúde ou respondido diretamente pelo paciente. Através destas perguntas, é possível identificar o grau de vulnerabilidade das pessoas que dependem dos serviços oferecidos pelo sistema público de saúde.
As questões abordam diferentes dimensões, incluindo renda, cuidados com a saúde, situação familiar e violência. Com base nas respostas fornecidas, as famílias podem ser classificadas em categorias de vulnerabilidade baixa, moderada ou alta.
O gerente de projetos do Einstein, Marcio Paresque, ressaltou a importância do uso dessa ferramenta pelos profissionais de saúde, tanto em termos de prevenção quanto de assistência. Ele destacou a necessidade de conhecer as vulnerabilidades presentes nos territórios atendidos pelas unidades básicas de saúde, a fim de desenvolver estratégias adequadas de acesso aos serviços.
A Escala de Vulnerabilidade Social já foi implementada em unidades municipais das regiões de Campo Limpo, Vila Andrade e Paraisópolis, na cidade de São Paulo, onde cerca de 100 mil famílias estão cadastradas. Os resultados obtidos revelaram que 12,6% das famílias atendidas apresentam vulnerabilidade moderada, enquanto 7,67% vivem em situação de vulnerabilidade alta.
A expectativa é de que a ferramenta seja adotada em outras unidades do SUS em todo o país. Até o momento, a Prefeitura de Boa Vista, em Roraima, anunciou a adoção da escala, e o estado do Paraná sugeriu que seus municípios passem a utilizá-la.
A criação da Escala de Vulnerabilidade Social faz parte do Programa de Apoio ao Desenvolvimento Institucional do Sistema Único de Saúde (Proadi-SUS), uma iniciativa que visa apoiar e aprimorar o SUS por meio de diversos projetos, incluindo capacitação de recursos humanos, pesquisa, avaliação e incorporação de tecnologias, gestão e assistência especializada. Este programa é fruto da parceria entre o Ministério da Saúde e seis hospitais sem fins lucrativos brasileiros, e foi criado em 2009. A iniciativa é essencial para fortalecer o sistema de saúde público do país e garantir o acesso universal e equitativo aos serviços de saúde.