As hepatites virais mais comuns no Brasil são causadas pelos vírus A, B e C. O vírus da hepatite D, mais frequente na Região Norte do país, e o da hepatite E, encontrado majoritariamente na África e na Ásia, apresentam menor incidência.
De acordo com o Boletim Epidemiológico de Hepatites Virais do Ministério da Saúde, entre 2020 e 2023 foram confirmados 785.571 casos de hepatites virais no país. Desse total, 21,8% são de hepatite A, 36,8% de hepatite B, e 40,6% de hepatite C. A hepatite D representa 0,6% dos casos, enquanto a hepatite E, 0,2%.
A Região Nordeste concentra 29,7% das infecções pelo vírus A. Já a Região Sudeste lidera em casos de hepatites B e C, com 34,1% e 58,1% respectivamente, sendo seguida pela Região Sul, com 31,2% de hepatite B e 27,1% de hepatite C. A maior parte dos casos de hepatite D (72,5%) está na Região Norte do Brasil.
Sintomas das hepatites virais, muitas vezes, passam despercebidos até que a doença se torne crônica ou surjam complicações. Sinais possíveis incluem cansaço, febre, mal-estar, tontura, enjoo, vômitos, dor abdominal, pele e olhos amarelados, urina escura e fezes claras. A médica infectologista Sílvia Fonseca destaca a importância dos exames para detecção precoce, disponíveis na rede pública de saúde.
A vacinação contra hepatite A é aplicada em crianças de até 4 anos, 11 meses e 29 dias, além de pessoas vivendo com HIV ou hepatites B ou C. A vacina contra hepatite B é oferecida a todos os não vacinados, independentemente da idade. “A vacinação eficaz é crucial, especialmente logo após o nascimento, para evitar que bebês contraiam a doença durante o parto”, reforça a infectologista.
A hepatite A é principalmente transmitida via fecal-oral, e suas ocorrências no Brasil estão ligadas à falta de saneamento básico e condições precárias de higiene. Embora a hepatite A geralmente não se torne crônica, pode, raramente, ser fulminante. A prevenção inclui medidas de higiene e vacinação.
Para as hepatites B e C, as principais formas de contágio são relações sexuais sem preservativo e o uso de objetos contaminados. A hepatite B pode ser aguda ou crônica e não possui cura, mas seu tratamento visa reduzir o progresso da doença. A hepatite C também pode ser tratada, embora ainda não haja uma vacina disponível.
A hepatite D, considerada a mais grave devido à rápida progressão para cirrose, e a hepatite E, de baixa incidência no Brasil, também exigem atenção. A prevenção inclui vacinação e práticas seguras de higiene e sexo protegido.
“A rede pública está preparada para diagnóstico, tratamento e prevenção dessas hepatites virais, oferecendo vacinas, exames e tratamentos necessários para quem se contaminou”, conclui Sílvia Fonseca.