SAÚDE –

COP30: Especialistas alertam sobre os impactos do aquecimento global e poluição na saúde respiratória e alérgica da população brasileira

A Associação Brasileira de Alergia e Imunologia (Asbai) expressou preocupação em relação aos impactos do aquecimento global, mudanças climáticas e poluição na saúde pública, especialmente no agravamento de doenças alérgicas e respiratórias. Em uma carta ao presidente da COP30, embaixador André Corrêa do Lago, a Asbai destacou que essas questões serão centrais no 52º Congresso de Alergia e Imunologia, que ocorrerá de 13 a 16 deste mês em Goiânia, coincidentemente na semana do evento internacional sobre clima.

Fátima Rodrigues Fernandes, presidente da Asbai, enfatizou, em entrevista, que as doenças tratadas pela associação são profundamente afetadas por alterações ambientais. Embora fatores genéticos desempenhem um papel, é inegável que a poluição e o aquecimento global exacerbam as condições de saúde, especialmente entre as populações mais vulneráveis, como crianças, idosos e gestantes. Isso ocorre devido ao comprometimento das defesas do organismo e à inflamação das mucosas respiratórias e da pele.

Doenças como rinite alérgica, que afeta até 30% da população brasileira, conjuntivite e dermatite atópica, têm sua incidência elevada por causa do aumento dos alérgenos e poluentes no ar. Fernandes observa que catástrofes climáticas recentes, como enchentes que ocorreram no Rio Grande do Sul, favorecem a proliferação de alérgenos, como pólens e fungos. Além disso, um estudo do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) aponta que a incidência de incêndios, como os que afetaram a Região Norte do Brasil, tem contribuído para a poluição atmosférica, disseminando fumaça e aumentando os problemas respiratórios em toda a nação e em países vizinhos.

Fernandes também alerta sobre o impacto dos microplásticos, já que o Brasil é um dos maiores produtores de plástico do mundo. A contaminação por essas substâncias pode influenciar o sistema imunológico e está associada a um aumento de casos de alergias e intolerâncias alimentares. Ela destaca que em cenários de desastres climáticos, como os enfrentados em várias regiões do país, o acesso a cuidados de saúde se torna ainda mais difícil, agravando crises de doenças como asma e doença pulmonar obstrutiva crônica.

A Asbai espera que a COP30 funcione como um fórum para discutir e implementar políticas eficazes de combate à poluição e ao aquecimento global, como a continuidade das negociações do Tratado Global contra a Poluição Plástica. O congresso contará com 200 participantes, incluindo representantes de entidades renomadas na área de alergia e imunologia, reforçando a importância do tema em um contexto global.

A expectativa é de que as discussões resultem em ações práticas que mitiguem os efeitos dessas questões sobre a saúde da população, contribuindo para um futuro mais saudável e sustentável.

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