Diversos problemas podem ser causados por essa técnica, como lesões na córnea, infecções graves e aumento da pressão dentro do olho. Pacientes que já se submeteram à ceratopigmentação relatam dificuldade de enxergar, dor, ardência, sensação de areia, aversão à luz e lacrimejamento constante, o que pode levar à redução da visão e, em casos extremos, à cegueira permanente.
Em seu uso legítimo, a ceratopigmentação é indicada apenas para pacientes cegos que desejam recuperar uma aparência mais próxima do normal. Esta intervenção cirúrgica pode ser realizada para tratar manchas brancas nos olhos de pessoas com deficiência visual. No entanto, é fundamental que seja feita apenas em casos de visão comprometida e sob rigorosa orientação médica.
A popularidade desse procedimento aumentou após a divulgação de um vídeo em redes sociais de uma brasileira com visão saudável que afirmou ter realizado a cirurgia para mudar a cor dos olhos na Suíça, gerando grande repercussão. No entanto, no Brasil, a ceratopigmentação para fins estéticos não é recomendada pelo CBO e pelo Conselho Federal de Medicina.
A intervenção cirúrgica apresenta riscos de infecção, inflamação, impedimento de exames futuros e dificuldade de realização de outros procedimentos oculares. Por ser um ato médico invasivo, é essencial que seja realizada em um ambiente com alta segurança e que o paciente siga rigorosamente as orientações pós-operatórias.
Frente aos riscos e complicações associados à ceratopigmentação, o uso de lentes de contato cosméticas é considerado a melhor alternativa para quem deseja mudar a cor dos olhos por questões estéticas. No entanto, mesmo as lentes exigem cuidados e acompanhamento médico para garantir a saúde ocular.
Em resumo, as recomendações do CBO são baseadas no conhecimento técnico e científico reconhecido para proteger a saúde da população e evitar riscos desnecessários. Por isso, é fundamental que medidas que possam afetar a saúde ocular sejam discutidas com um oftalmologista, visando a segurança e o bem-estar dos pacientes.