SAÚDE – Conitec abre consulta pública para avaliar inclusão da semaglutida no SUS e busca opiniões sobre o uso do medicamento para obesidade em pacientes com doenças cardiovasculares.



Na última segunda-feira, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec) deu início a uma consulta pública importante sobre a possível inclusão da semaglutida nos serviços de saúde brasileiros. Essa discussão é relevante, especialmente considerando o crescente interesse e demanda em torno do uso de medicamentos para o controle de peso e tratamento de obesidade.

A semaglutida, cuja eficácia em emagrecimento se popularizou, é o princípio ativo dos medicamentos Ozempic e Wegovy. Originalmente desenvolvida para o tratamento do diabetes, essa substância atua como um agonista do hormônio GLP-1, estimulando o receptor cerebral relacionado à saciedade e aumentando a produção de insulina. Essas características tornam a semaglutida uma opção promissora para pacientes que lidam com a obesidade, especialmente aqueles que também apresentam histórico de doenças cardiovasculares.

A consulta pública, que se estenderá até o final de junho, visa coletar opiniões tanto da sociedade civil quanto da classe médica sobre a prescrição do Wegovy 2,4 mg, direcionado a pacientes com mais de 45 anos e com histórico clínico específico. O objetivo final é embasar um parecer que poderá recomendar ou não a incorporação do medicamento ao Sistema Único de Saúde (SUS). A decisão, portanto, terá implicações significativas na forma como o tratamento da obesidade poderá ser abordado no país.

Vale destacar que essa iniciativa surge após um pedido da farmacêutica Novo Nordisk, fabricante do Wegovy. Em um parecer anterior, a Conitec havia recomendado a não incorporação do medicamento devido ao alto custo associado, estimando gastos de até R$ 7 bilhões ao longo de cinco anos. Contudo, a empresa argumenta que a introdução da semaglutida poderia resultar em economia no tratamento de doenças crônicas que costumam estar ligadas à obesidade.

Atualmente, a semaglutida não está disponível nos serviços públicos de saúde, embora a liraglutida, um medicamento semelhante, já esteja sendo utilizado em diversas regiões do Brasil. A inclusão da semaglutida pode abrir novos caminhos no enfrentamento da obesidade no país, oferecendo uma alternativa que promete trazer benefícios significativos tanto para a saúde pública quanto para a qualidade de vida de muitos brasileiros.

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