O Diabetes Mellitus é uma síndrome metabólica de origem múltipla, causada pela falta de insulina no organismo ou pela incapacidade do corpo de usar adequadamente a insulina, resultando em altos níveis de açúcar no sangue de forma persistente. Muitas pessoas podem ter diabetes sem saber, já que os sintomas muitas vezes passam despercebidos.
Como coordenador do Centro de Estudos do Hospital CopaStar da Rede D’Or, Cure recomendou que as pessoas realizem check-ups regulares com um clínico geral para identificar possíveis casos de diabetes. Sintomas como aumento da sede e da vontade de urinar podem indicar a presença da doença, que, muitas vezes, é assintomática em seu estágio inicial.
Além dos sintomas mencionados, o diabetes também pode causar cansaço crônico e falta de energia, de acordo com a Sociedade Brasileira de Cardiologia. Flávio Cure ressaltou que os pacientes diabéticos têm um risco aumentado de infarto agudo do miocárdio e AVC, com uma taxa de mortalidade mais elevada em mulheres.
O Brasil é o quinto país com maior incidência de diabetes no mundo, conforme o Atlas do Diabetes da Federação Internacional de Diabetes. Estima-se que em 2030 haverá 21,5 milhões de casos da doença no país. Dados da mesma federação indicam que até 80% dos pacientes com diabetes tipo 2 morrem de complicações cardiovasculares, superando as mortes relacionadas ao HIV, tuberculose e câncer de mama.
Flávio Cure enfatizou a importância do controle do diabetes para reduzir o risco de complicações cardiovasculares, destacando a necessidade de normalizar os níveis de glicose, controlar o colesterol, praticar exercícios e parar de fumar. Ele também alertou para a neuropatia autonômica, que pode causar desmaios, o risco de AVC e a insuficiência vascular periférica, que pode levar à amputação.
O presidente da Sociedade de Nefrologia do Rio de Janeiro, Pedro Tulio Rocha, ressaltou a relação entre o diabetes e a doença renal crônica, enfatizando que a elevação dos níveis de açúcar no sangue é uma das principais causas de problemas renais. Segundo ele, o diabetes afeta negativamente os rins devido à sobrecarga sistêmica.
Estudos recentes destacaram a importância da prática regular de exercícios físicos na prevenção e controle do diabetes mellitus tipo 2. A doutora Rosita Fontes, membro da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia, reforçou que a atividade física é benéfica mesmo para aqueles com alto risco genético da doença.
Portanto, de acordo com especialistas, a conscientização sobre os riscos associados ao diabetes e a adoção de um estilo de vida saudável, que inclua controle do peso, dieta equilibrada, prática de exercícios e acompanhamento médico regular, são fundamentais para prevenir complicações graves e melhorar a qualidade de vida de pacientes diabéticos.